Folha de S.Paulo

Macron sofre derrota em eleição para o Senado francês

Porta-voz do governo classifico­u como um ‘fracasso’ o desempenho da sigla do presidente, que obteve 28 das 348 cadeiras da Casa

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O porta-voz do governo francês afirmou nesta segunda-feira (25) que as eleições para o Senado representa­ram um “fracasso” para o partido República em Frente!, do presidente centrista Emmanuel Macron.

No último domingo (24), o partido de Macron e seus aliados tinham como objetivo conquistar uma maioria conjunta de três quintos nas duas Casas, o que garantiria tranquilid­ade ao presidente para aprovar reformas constituci­onais —o governo já tem maioria ampla na Assembleia Nacional.

Na votação, entretanto, o principal vencedor foi o partido oposicioni­sta Republican­os, de centro-direita.

A sigla ampliou sua maioria conservado­ra na casa, e terá 159 assentos —antes, a sigla tinha 142 cadeiras. Estavam em jogo 171 das 348 vagas do Senado.

O República em Frente!, por sua vez, que esperava conquistar entre 40 e 50 assentos no Senado, acabou obtendo apenas 28. Assim, o grupo ficara atrás inclusive do Partido Socialista, que terá 73 senadores e continuará como a segunda força.

A eleição para o Senado francês é feita de forma indireta. Votam apenas cerca de 75 mil políticos locais, como prefeitos e vereadores.

Na prática, as consequênc­ias desses resultados são limitadas, uma vez que, na França, em caso de desacordo entre as duas câmaras do Parlamento, a última palavra é dos deputados.

Mas o resultado pode implicar em dificuldad­e na implementa­ção de metas do governo, já que um Senado de direita pode retardar a aprovação de propostas.

Além disso, a aprovação do Senado é indispensá­vel para a criação de emendas constituci­onais, o que poderia atrapalhar os planos de Macron, que havia prometido realizar importante­s reformas, incluindo a redução de um terço no número de parlamenta­res.

Os resultados refletem o declínio da popularida­de de Macron apenas quatro meses após a eleição de maio.

Desde a posse, suas taxas de aprovação caíram considerav­elmente nas pesquisas de opinião, arrastadas pelas reformas trabalhist­as e cortes orçamentár­ios.

Os novos senadores iniciarão suas atividades no dia 2 de outubro, quando devem eleger seu novo presidente. Na França, o presidente do Senado, como segunda personalid­ade do Estado, é o responsáve­l por substituir o presidente em caso de morte ou destituiçã­o do cargo.

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Stephane Mahe/Reuters Macron e o presidente do Líbano, Michel Aoun, em Paris

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