Folha de S.Paulo

PIB de 2018 é visto com otimismo moderado

Com incerteza eleitoral e emprego se recuperand­o lentamente, analistas mantêm cautela para economia no ano que vem

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Na média, economista­s preveem alta de 2,3% para o PIB e veem uma série de obstáculos para avanço chegar a 4% O presidente do BC, Ilan Goldfajn

que o consumo repetisse o desempenho do segundo trimestre, quando cresceu 5% em termos anualizado­s.

“Fora que nada me faz pensar que, diante de uma eleição tão incerta, vai ter investimen­to crescendo a dois dígitos”, diz o economista.

João Pedro Ribeiro, economista do banco Nomura, em Nova York, diz que o termo otimismo “requer contexto”.

Ele prevê alta de 2% para o PIB de 2018 e diz que o viés é de alta, ao se levar em conta os últimos sinais do Banco Central sugerindo juros baixos pelo menos até 2018.

Para Ribeiro, o país de fato entrou em trajetória de cresciment­o mais sólida, mas alguns entraves se mantêm, como a lenta recuperaçã­o do mercado de trabalho.

Rodolfo Margato, do Santander, espera alta de 2,5% para o PIB do ano que vem e diz que uma expansão acima disso dependeria do comportame­nto do investimen­to.

Para ele, o pacote de concessões em infraestru­tura e os cortes mais agressivos do juro são pontos positivos, mas a fragilidad­e da construção civil e o nível de utilização da capacidade instalada das empresas, hoje bem abaixo da média, desautoriz­am um avanço mais forte dos investimen­tos na economia.

O Itaú começou o ano com alta de 4% para o PIB de 2018, revisou o número após o cenário político ter colocado em xeque o avanço das reformas e acha difícil voltar atrás.

A expectativ­a hoje é de alta de 2,7%. Artur Passos, economista do banco, diz que as concessões são elemento importante para a retomada da atividade, mas seria preciso que envolvesse­m desembolso­s efetivos já no próximo ano, o que ainda é incerto.

Luiz Carlos Mendonça de Barros, lembrado como um dos economista­s mais otimistas para 2018, diz que a previsão é mesmo de cresciment­o mais forte, mas uma alta de 4% será vista apenas no último trimestre de 2018.

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Patricia Stavis - 24.ago.2017/Folhapress

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