Protestos de atletas negros têm longo histórico nos EUA
ZACH JOHNK
Atos de protesto como os registrados na última rodada da NFL, no domingo (24), têm uma história longa nos EUA, e uma tradição igualmente longa de irritar os torcedores, dirigentes esportivos e políticos, majoritariamente brancos.
Em 1968, em uma cerimônia de premiação na Olimpíada da Cidade do México dois atletas norte-americanos fizeram aquele que se tornaria um dos mais famosos protestos políticos da história do esporte.
Tommie Smith e John Carlos, subiram ao pódio para ouvir o hino nacional dos EUA, depois de conquistarem ouro e bronze nos 200 m rasos, e ergueram os punhos, envoltos em luvas negras, em uma saudação normalmente associada ao movimento black power. O comitê americano os suspendeu e retirou dos Jogos.
A ação moderou o comportamento dos atletas negros. Ao aceitar ouro, prata e bronze nos 400 m rasos, também em 1968, Lee Evans, Larry James e Ron Freeman usaram boinas negras, mas não sofreram punições.
Em 1972, Vince Matthews e Wayne Collett, ambos negros, subiram ao pódio em Munique em um momento em que dirigentes temiam uma repetição do ato no México. Os dois foram excluídos de competições olímpicas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).
Duas décadas depois, em 1996, a NBA suspendeu Mahmoud Abdul-Rauf, do Denver Nuggets, por não se levantar para o hino nacional. Convertido ao islamismo, ele disse que não acreditava no gesto para expressar respeito por ideologias nacionalistas.
PAULO MIGLIACCI