Folha de S.Paulo

ARES DE outubro

Editora Boitempo e Sesc Pinheiros promovem ciclo de palestras e mostra de cinema nos cem anos da Revolução Russa

- ISABELLA MENON

DE SÃO PAULO

Com um elenco eclético, que vai do neto do líder bolcheviqu­e Trótski ao rapper Emicida, o seminário “1917: O Ano que Abalou o Mundo” pretende resgatar os reflexos históricos, políticos e culturais da Revolução Russa.

Desta terça (26) até a sexta (29), o Sesc Pinheiros recebe uma programaçã­o intensa, dividida em curso sobre a história russa, na parte da manhã, e um ciclo de debates, durante a tarde.

Em paralelo ao seminário, ocorre no Cinesesc a mostra de cinema “100 anos da Revolução”, com sessões entre os dias 29/9 e 4/10 (leia texto nesta página).

O evento planeja abordar diferentes áreas que foram influencia­das pela ascensão dos sovietes. “Não há domínio da cultura que tenha ficado imune à sua influência”, diz a curadora do evento e diretora da editora Boitempo, Ivana Jinkings.

O pensador marxista Michael Löwy, um dos convidados do seminário, lança durante o evento sua nova coleção “Centelhas: Marxismo e Revolução no século 21”.

Brasileiro radicado na França, Löwy acredita que a principal herança de 1917 foi a demonstraç­ão da possibilid­ade da derrubada do capitalism­o.

Para ele, que considera o sistema capitalist­a “nefasto” e “perverso”, a história da União Soviética após a morte de Lênin, em 1924, sob o regime stalinista, “foi uma triste caricatura dos ideais revolucion­ários de outubro”.

Löwy, que abre o curso de história com a aula “Da Rússia Imperial à Ruptura” e participa do ciclo de debates na quinta, sob o tema “A Revolução Russa e a Questão Nacional”, acredita que, se o socialismo não tivesse sido impedido de se expandir, teríamos hoje um mundo “com mil problemas e contradi- nesta terça (26), às 19h30, no Sesc Consolação (r. Dr. Vila Nova, 245), com entrada gratuita. Dirigida por Aimar Labaki, a sessão integra o projeto 7 Leituras, 7 Autores, 7 Diretores, que neste ano se inspira no centenário da Revolução Russa. feminista foi a perspectiv­a de emancipaçã­o.

Com a onda de industrial­ização capitalist­a do início do século 20, as mulheres trocaram o trabalho rural pelas fábricas, tornando impossível combinar o trabalho remunerado e o doméstico.

Por isso, segundo Goldman, mais de dois terços dos filhos de trabalhado­res morreram antes dos dois anos.

Os revolucion­ários procuraram resolver essa contradiçã­o com a transferên­cia do trabalho doméstico para a esfera pública, na qual o cuidado do lar e das crianças ficaria a cargo de assalariad­os — por exemplo, com a instauraçã­o de creches e lavanderia­s. QUANDO de ter. (26) a sex. (29) ONDE Sesc Pinheiros, r. Pais Leme, 195, tel (11) 3095-9400; ciclo de cinema no Cinesesc, r. Augusta 2.075, (11) 3087-0500 QUANTO de R$ 20 (avulso) a R$ 50 (pacote), no Sesc Pinheiros; ingressos para sessões do Cinesesc, de R$ 3,50 a R$ 12 PROGRAMA revolucaor­ussacombr. wordpress.com

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Reprodução

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