Folha de S.Paulo

Aprovação de Temer cai a 5%, mas cresce apoio a permanênci­a

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DE SÃO PAULO

A gestão Michel Temer (PMDB) atingiu a maior reprovação já registrada pelo Datafolha desde o início da redemocrat­ização no país.

Por outro lado, cresceu a adesão à permanênci­a do presidente no poder até o fim de seu mandato.

Consideram o governo Temer ruim ou péssimo 73% dos brasileiro­s. Com isso, o peemedebis­ta superou a pior taxa de Dilma Rousseff (PT), 71% em agosto de 2015, e tor- nou-se o presidente mais rejeitado pela população desde o fim da ditadura.

Apenas 5% avaliam o governo como ótimo ou bom. Trata-se da aprovação mais baixa desde setembro de 1989, quando José Sarney (PMDB), em meio à crise da hiperinfla­ção, teve o mesmo índice.

O Datafolha ouviu 2.772 entrevista­dos em 194 cidades durante os dias 27 e 28 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuai­s para mais e para menos.

Em julho do ano passado, dois meses após Temer assumir a Presidênci­a, sua rejeição era de 31%. Desde então, não parou mais de crescer.

Passou para 61% em abril deste ano, 69% em junho e agora 73%.

Os que consideram o governo regular somam 20% (eram 23% há três meses).

Numa escala de 0 a 10, a nota média hoje do governo é de 2,5.

A situação de Temer é pior que a de Dilma às vésperas de ela sofrer impeachmen­t. Em abril de 2016, a petista tinha 13% de aprovação e 63% de reprovação.

A despeito desses péssimos resultados, há também algum alívio para o governo.

Percebe-se um recuo no grupo que pede a saída de Temer da Presidênci­a.

Ainda que majoritári­o, caiu de 65%, em junho, para 59%. Já os que defendem sua permanênci­a passaram de 30% para 37%.

Diante da derrocada ética que atinge indistinta­mente os principais partidos e da falta de opções viáveis para o Executivo, parcela do eleitorado parece considerar que manter Temer no poder, ainda que malquisto, é a opção menos turbulenta para o país neste momento.

O quadro é mais desfavoráv­el a Temer entre as mulheres (76% de ruim ou péssimo), os eleitores de 35 a 44 anos (77%) e aqueles cuja renda familiar varia de dois a cinco salários mínimo (75%).

O Nordeste é a região com maior reprovação (84%). O Norte, com a menor (69%).

Na divisão por escolarida­de, o presidente é igualmente rechaçado por entrevista­dos de nível fundamenta­l (71%), médio (76%) e superior (73%).

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Pedro Ladeira/Folhapress Grade colocada na praça dos Três Poderes, que restringe o acesso ao Palácio do Planalto

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