Plataformas tratam 4chan como jornalismo
Frisson Independência
Ryan Broderick, do “BuzzFeed”, estava levantando os “hoaxes”, as notícias falsas que se seguiram ao ataque de Las Vegas, quando uma pesquisa no Google, sobre o suposto atirador, trouxe no alto da lista o 4chan.
É o site que originou o grupo Anonymous e depois a chamada “alt-right”, a extrema-direita americana.
O algoritmo estava tratando o encadeamento de men- sagens políticas “incorretas” do 4chan, /pol/, fonte de propaganda em parte neonazista, como jornalismo.
Não parou aí. Uma pesquisa no YouTube, também pelo atirador, trouxe em quinto lugar um vídeo que garantia tratar-se de “ativista de extrema-esquerda anti-Trump”. Depois se descobriu que também o Facebook vinha salientando “fake news” facilmente identificáveis.
Mas o choque foi o 4chan. O Google afirmou ao “BuzzFeed” que o link apareceu “para um pequeno número de buscas” e, “em horas, foi trocado algoritmicamente por resultados relevantes”.
O estrago, porém, estava feito. “New York Times”, “Wall Street Journal” e outros veículos entraram no caso com enunciados como “fake news retoma seu megafone” e “Google e Facebook lidam com desinformação”.
‘Sob fogo’ Na manchete do “Financial Times”, a União Europeia vai cobrar “várias centenas de milhões de euros” da Amazon por impostos não pagos. O acordo tributário da empresa com Luxemburgo, evitando pagamento noutros países europeus, foi considerado ilegal. Em editorial, o jornal vê as gigantes americanas de tecnologia “sob fogo”.
Com o título “No Brasil, o frisson de um golpe de Estado”, o francês “Le Monde” noticiou com atraso, mas longamente, as declarações de um general sobre intervenção —e a falta de punição.
A realização de um plebiscito “informal” no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ecoou na Alemanha, com títulos como “Referendo pela independência do Sul do Brasil”.