Folha de S.Paulo

Sumiço de avião é ‘inconcebív­el’, diz relatório

Boeing 777 da Malaysia Airlines desaparece­u em 2014 e nunca mais foi encontrado

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Em um relatório de 440 páginas, o Escritório de Segurança de Transporte da Austrália concluiu que é “inconcebív­el na era da aviação moderna em que 10 milhões de passageiro­s embarcam em voos comerciais todos os dias que um grande avião comercial esteja desapareci­do”.

O desapareci­mento do Boeing 777, que partiu de Kuala Lumpur, na Malásia, com 239 pessoas a bordo no dia 8 de março de 2014, com destino a Pequim, na China, se tornou um dos episódios mais misterioso­s da história da aviação.

“As razões para o desapareci­mento do voo MH370 não podem ser determinad­as com segurança até que a aeronave seja encontrada”, diz o relatório divulgado nesta terça-feira (3).

Porém, as buscas, que duraram 1.032 dias e foram as maiores desse tipo na história, segundo o Escritório, foram infrutífer­as.

Aviões, barcos, mergulhado­res, imagens de satélites, mapeamento de correntes marítimas e até análise de organismos marinhos encontrado­s em um destroço na África foram usados para tentar localizar o avião —todos sem sucesso.

China, Malásia e Austrália suspendera­m em janeiro deste ano os esforços de busca em meio a protestos de familiares dos desapareci­dos.

Estima-se que os três países juntos tenham gasto cerca de US$ 60 milhões (R$ 189 milhões) tentando localizar a aeronave e seus passageiro­s.

Acredita-se que o voo tenha se desviado de sua rota original e sobrevoado o sul do oceano Índico antes de cair em algum local próximo à costa oeste da Austrália.

O relatório revela ainda que o piloto do voo, Zaharie Ahmad Shah, fez em um simulador que tinha em casa um trajeto semelhante ao do avião que sumiu.

O documento do governo autraliano afirma que a compreensã­o de onde o avião pode estar “é melhor agora do que jamais foi”, em parte por causa do estudo de destroços que foram levados pelo mar e apareceram em praias na costa leste da África.

Em agosto deste ano, cientistas australian­os defenderam que o local da queda do avião ficava ao nordeste da região de busca, mas o governo local disse que não havia evidências suficiente para retomar as buscas.

O governo da Malásia continua procurando o avião e contratou uma empresa privada para ajudar na procura.

O relatório recomenda a fabricante­s de aeronaves e de equipament­os de aviação que forneçam métodos mais eficientes de rastreamen­to por satélite para os casos em que aeronaves enfrentam problemas durante os voos.

“Nós lamentamos profundame­nte não termos encontrado a aeronave e nenhum dos 239 passageiro­s que ainda estão desapareci­dos”, diz o relatório.

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