Folha de S.Paulo

Oposição pede que vice, preso por caso Odebrecht, seja destituído

- EQUADOR DE SÃO PAULO

-A oposição ao governo do Equador apresentou nesta terça-feira (3) um pedido de julgamento político de Jorge Glas, vice-presidente do país, em prisão preventiva desde segunda (2) por envolvimen­to no caso Odebrecht.

A Justiça decretou a detenção ao acolher pedido da Procurador­ia, que o investiga por receber propina da construtor­a brasileira para permitir o retorno da empresa ao país —havia sido expulsa em 2008— e por licitações de obras.

O legislador Fabricio Villamar, acusou a Aliança País, sigla de Glas e do presidente Lenín Moreno, de impedir no passado a fiscalizaç­ão de irregulari­dades. Por outro lado, pediu aos governista­s defensores do afastament­o do vice que adiram ao pedido.

A bancada governista, que tem 74 das 137 cadeiras, está dividida em relação ao futuro do aliado. Na sexta (29), um grupo de parlamenta­res tentou aprovar uma declaração pedindo a Glas a saída temporária do cargo.

Parte do partido defende a tese de que o aliado é alvo de uma perseguiçã­o política e que o processo contra ele é um ataque ao legado do ex-presidente Rafael Correa.

É a primeira vez na história do Equador que um vicepresid­ente é preso no cargo. Em 1995, a Justiça determinou a detenção de Alberto Dahik, mas ele fugiu do país e pediu asilo político na Costa Rica.

Em agosto, Moreno afastou o vice de suas funções, o que azedou ainda mais sua relação com o padrinho Correa.

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