Folha de S.Paulo

Venda da Vigor, de donos da JBS, atrasa por disputa de preço

Cooperativ­a que detém fatia de 50% da Itambé, incluída no acordo, diz que ativo vale mais do que foi oferecido

- RAQUEL LANDIM

Apesar da queda de braço, a expectativ­a é que seja fechado nos próximo dias o negócio avaliado em R$ 5,7 bi

Uma queda de braço sobre o valor da Itambé atrasou a conclusão da venda da Vigor, que pertence aos irmãos Joesley e Wesley Batista, para a mexicana Lala.

O negócio, que deveria ter sido fechado no dia 20 de agosto, teve que ser rediscutid­o. A expectativ­a, no entanto, é que a operação seja concluída nos próximos dias.

No dia 3 de agosto, a J&F, holding que reúne os interesses dos Batista, anunciou a venda da Vigor para a Lala por R$ 5,7 bilhões. O valor também incluía a Itambé, subsidiári­a da Vigor, que pertence metade à J&F e metade à CCPR (Cooperativ­a de Produtores Rurais de Minas Gerais).

Na oferta dos mexicanos, a Vigor foi avaliada em cerca de R$ 4,5 bilhões, bem acima do valor da Itambé, que ficou em R$ 1,2 bilhão. A CCPR, que receberia R$ 600 milhões por sua fatia, não concordou com esses números.

Pessoas próximas à cooperativ­a disseram que as duas empresas deveriam valer praticamen­te o mesmo, porque faturament­o e geração de caixa são equivalent­es.

Também argumentar­am que a distribuiç­ão da Itambé atinge diferentes regiões do país, incluindo o Nordeste, enquanto a Vigor é forte apenas em São Paulo.

Os mexicanos respondera­m que a Vigor tem uma marca reconhecid­a e um portfólio com produtos de maior valor agregado, como o iogurte grego, no qual é líder de mercado. Já a Itambé estaria muito focada em “commoditie­s”, como leite em pó e leite longa vida.

Sem acordo, a CCPR comunicou sua intenção de exercer o direito de preferênci­a e recomprar a fatia da J&F na Itambé. A cooperativ­a vendeu 50% da Itambé para os Batista em 2013, depois de meses de negociação frustrada com a própria Lala.

No dia 21 de agosto, a Lala informou, em fato relevante, a decisão da CCPR e estimou o valor da Vigor em R$ 4,325 bilhões, um pouco abaixo do que vinha sendo discutido.

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Divulgação Unidade da Vigor, empresa que irmãos Batista negociam por R$ 5,7 bi com mexicanos

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