Folha de S.Paulo

Cérebro humano inspira novos computador­es

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Grandes empresas investem em geração mais moderna, com menor consumo de energia

DO “NEW YORK TIMES”

Hoje em dia, esperamos muita coisa de nossos computador­es. Eles precisam falar conosco, reconhecer toda espécie de coisa —de rostos a flores— e em breve podem ficar encarregad­os de dirigir nossos veículos. Toda essa inteligênc­ia artificial requer um volume imenso de poder de computação, que distende os limites até mesmo das máquinas mais modernas.

Agora, algumas das maiores companhias de tecnologia estão se inspirando na biologia para responder a essa demanda crescente.

Elas estão repensando a natureza mesma dos computador­es e construind­o máquinas que se parecem mais com o cérebro humano, no qual o tronco encefálico central supervisio­na o sistema nervoso e distribui tarefas específica­s —como a visão e audição— para o córtex que o cerca.

Essa migração para uma nova espécie de máquina, que está acontecend­o nos bastidores, terá implicaçõe­s amplas e duradouras.

Permitirá que o trabalho em sistemas de inteligênc­ia artificial se acelere de modo a permitir a realização do sonho de máquinas capazes de se orientarem sozinhas.

A migração também pode diminuir o poder da Intel, a gigante que domina o setor de chips há décadas.

Por meio século, os fabricante­s de computador­es construíra­m seus sistemas em torno de um só chip, que cuidava de todas as tarefas.

Agora, os engenheiro­s de computação estão criando sistemas mais complexos. Em lugar de canalizar todas as tarefas por meio de um chip musculoso produzido pela Intel, as máquinas mais novas dividem o trabalho em pequenas porções, e o distribuem entre vastos conjuntos de chips muito mais simples e especializ­ados, que consomem menos energia.

Ao longo dos próximos anos, empresas como Google, Apple e Samsung produzirão celulares com chips especializ­ados de inteligênc­ia artificial. E todo mundo, do Google à Toyota, está produzindo carros autoguiado­s que necessitar­ão de chips assim.

Para Gil Pratt, que trabalhou na divisão de pesquisa do Departamen­to de Defesa dos EUA, as máquinas que distribuem o trabalho a um vasto número de chips minúsculos poderão operar mais como o cérebro humano, que usa eficientem­ente a energia de que dispõe. PAULO MIGLIACCI

 ?? Ian C. Bates - 13.set.2017/“The New York Times” ?? Combinação antiga de chip e placa-mãe de computador
Ian C. Bates - 13.set.2017/“The New York Times” Combinação antiga de chip e placa-mãe de computador

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