Em vídeos, mostra debate poder e gênero
Com nomes do Brasil e de países do Terceiro Mundo, 20º Sesc_Videobrasil começa para o público nesta quarta (4)
Coração do festival, videoinstalações são apresentadas no Sesc Pompeia ao lado de pôsteres e fotografias
“Quero ser plataforma para uma reflexão mais profunda”, diz Solange Farkas, curadora do 20º Festival Sesc_ Videobrasil.
Iniciado em 1983, na ditadura militar, o festival não podia falar abertamente de política, em contraste com a atual edição, que se abre ao público nesta quarta (4), no Sesc Pompeia.“Era tudo subliminar”, relembra a curadora.
Aquela época inspira, por exemplo, a instalação “BemVindo, Presidente!”, do artista plástico Rafael Pagatini.
Com pesquisa de cerca de dois anos, segundo o artista, a obra expõe, em uma parede, recortes de propagandas relacionadas aos “grandes projetos”, como foram chamadas as parcerias entre governo e empresas para a exportação de commodities no Espírito Santo —o momento marca o vínculo histórico entre a ditadura e a iniciativa privada.
“Quando peguei os jornais da época, me dei conta de que as empresas faziam anúncios saudando os presidentes quando iam ao Espírito Santo”, conta Pagatini.“É um discurso de progresso que se assemelha muito com o atual.”
Com edital aberto, o festival —que acontece a cada dois anos— recebeu mais de 2.000 inscrições; foram selecionados apenas 50 obras de artistas de 25 países.
Sem um tema central, a mostra é subdividida conforme os assuntos representados nas obras, como “ecologia”, “reinvenção da cultura” e “políticas de resistência”.
As obras concorrem a cinco prêmios, cada um ofereci- ONDE: Sesc Pompeia - r. Clélia, 93, Água Branca; tel. (11) 3871-770 QUANDO: ter. a sáb.: 10h às 21h30. dom.: 10h às 19h30. Até 14/1 (entrada gratuita)