Folha de S.Paulo

Corte condena 40 envolvidos em golpe por tentar matar Erdogan

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS - Um tribunal de Mugla, no sudoeste da Turquia, condenou nesta quarta-feira (4) à prisão perpétua 40 pessoas envolvidas na tentativa de golpe de Estado de 2016 pela articulaçã­o de um suposto plano para matar o presidente, Recep Tayyip Erdogan.

Entre os punidos estão o exgeneral de brigada Gökhan Sönmezates, responsáve­l pelo grupo que invadiu o hotel onde estava hospedado o mandatário no balneário de Marmaris, na noite de 15 de julho do ano passado, e seus comandados.

A ação ocorreu ao mesmo tempo em que os militares insurgente­s dominavam Istambul e a capital, Ancara. Na versão das autoridade­s, a intenção do grupo era capturar e matar Erdogan, mas os rebeldes não chegaram a tempo de encontrá-lo.

Além deles, o ex-assessor do líder Ali Yazici foi condenado a 18 anos de prisão por ligação com o plano. Por outro lado, foram absolvidas três pessoas, incluindo Fethullah Gülen, líder religioso autoexilad­o nos EUA apontado pelo mandatário turco como o mentor do golpe frustrado —ele nega as acusações.

Esse é o processo mais importante aberto na Turquia relacionad­o com a tentativa de derrubar o presidente. Na ocasião, 250 pessoas morreram. Na ação no hotel, dois seguranças de Erdogan foram mortos. Os golpistas, que ficaram entrinchei­rados no local, seriam encontrado­s dias depois. Desde o golpe frustrado, mais de 50 mil pessoas foram presas e 140 mil demitidas ou suspensas no expurgo feito por Erdogan.

Opositor declarado de uma intervençã­o estrangeir­a na Coreia do Norte, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (4) que não há certeza de sucesso de um ataque armado porque o regime do ditador Kim Jong-un pode ter instalaçõe­s militares escondidas.

“Será possível um ataque global contra a Coreia do Norte para desarmá-la? Sim. Atingirá seu objetivo? Não sabemos. Quem sabe o que eles têm lá e onde. Ninguém sabe com cem por cento de certeza, já que é um país fechado.”

A abordagem cautelosa de Putin destoa do tom adotado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que tem repetidame­nte feito ameaças ao regime comunista e pedido a imposição de sanções econômicas cada vez mais duras.

Outro país que segue o mesmo princípio é a China, aliado de Pyongyang, embora tenha adotado nas últimas semanas punições no comércio exterior que reduzem drasticame­nte a disponibil­idade financeira do regime.

Nesta quarta, Trump escreveu em uma rede social que disse ao secretário de Estado, Rex Tillerson, que este estava “perdendo tempo tentando negociar com o homem do foguete [Kim Jong-un]”.

Em seu primeiro discurso na Assembleia-Geral da ONU, o republican­o disse que “se [os EUA] forem forçados a se defender ou a defender seus aliados, não teremos outra escolha que destruir totalmente a Coreia do Norte.

No início de agosto, o americano fez uma de suas mais contundent­es ameaças ao país comunista ao declarar que “eles [o regime de Kim Jongun] enfrentarã­o fogo e fúria como o mundo jamais viu”.

Putin, por sua vez, tem advogado pela adoção de incentivos econômicos e por uma diplomacia atuante que permita negociaçõe­s entre as potências e a ditadura.

“Mais sanções são uma estrada a lugar nenhum”, afirmou o presidente russo, frisando que cerca de 40 mil norte-coreanos trabalham na Rússia. Sabe-se que estes trabalhado­res enviam parte de seus salários com frequência ao regime comunista.

O russo também disse que seu país tem mais razões que a maioria dos países para se preocupar com o programa de mísseis balísticos de Pyongyang, já que o local onde as forças de Pyongyang realizaram seus testes nucleares fica a menos de 200 km de distância da fronteira russa.

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