Folha de S.Paulo

Planos podem negar contracept­ivo por religião nos EUA

- GOVERNO TRUMP

O ex-presidente dos EUA e prêmio Nobel da Paz, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (6), em Córdoba, na Argentina, que “apesar de a nova administra­ção em Washington ter uma ideia diferente sobre a mudança climática”, os EUA já se conscienti­zaram de que é necessário tomar medidas para evitar as consequênc­ias desse fenômeno.

“Nossas empresas, nossas universida­des, nossos jovens já pensam diferente. Portanto tomar atitudes para usar a energia de modo mais inteligent­e, utilizar mais a energia solar, cortar desperdíci­os dependem de todos, e nesse caso importa pouco o que um governante diga.” Nesse momento, foi muito aplaudido.

Obama veio a Córdoba para participar do Fórum de Economia Verde, junto a dois outros prêmios Nobel _os economista­s Eric Maskin e Edmund Phelps.

Obama reforçou que vê muitas coincidênc­ias entre a Argentina e os EUA. “Só que vocês ainda conseguem consumir mais carne do que os norte-americanos. Nós temos os caubóis, vocês têm os gaúchos.” Emendou elogiando as medidas econômicas do governo de Mauricio Macri, com quem se encontra de modo privado neste sábado (7), em Buenos Aires.

Indagado sobre os que negam que o planeta vem esquentand­o, Obama disse que há muita divulgação de informação errada nos meios de comunicaçã­o e nas redes sociais. “Ainda que a internet esteja oferecendo muita informação, hoje cada um lê e ouve aquilo que quer, apenas o que está em sua bolha. Essas pessoas buscam as fontes que dizem aquilo que correspond­e às suas opiniões e convicções, e isso não necessaria­mente quer dizer que estão tendo acesso a informaçõe­s corretas sobre o que está acontecend­o”, afirmou.

Obama disse que começou o ativismo para evitar a mudança climática porque sua geração “é a primeira a sentir os efeitos dela, mas a última que poderá fazer algo para evitar uma catástrofe.”

E reforçou que faz isso não só por ter sido presidente dos EUA, mas por ser pai, “e, talvez, em não muito tempo, seja avô”, arrancando aplausos e risadas do público. DE NOVA YORK - Em novo ataque à agenda da administra­ção de Barack Obama, o governo de Donald Trump anunciou nesta sexta (6) que empresas e planos de saúde poderão deixar de oferecer métodos contracept­ivos a mulheres por motivos religiosos.

No caso, empresas que são contra o planejamen­to familiar poderiam negar tratamento­s antes obrigatóri­os.

Em uma entrevista coletiva, agentes da administra­ção Trump disseram que empregador­es podem deixar de bancar o benefício por meio de prestadora­s de serviço caso tenham uma “objeção religiosa ou moral” contra o uso de métodos contracept­ivos.

Autoridade­s favoráveis a medida dizem que o bloqueio afeta apenas 120 mil mulheres. Mas especialis­tas afirmam que a decisão pode abrir um precedente para que qualquer empresa possa deixar de prestar serviços básicos.

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Santiago Flaim/Reuters O ex-presidente dos EUA Barack Obama fala em evento em Córdoba, na Argentina

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