Folha de S.Paulo

Vão a leilão 95 obras do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira

Peças avaliadas em US$ 4 milhões voltaram à massa falida do extinto Banco Santos para quitar credores

- SILAS MARTÍ

Esculturas e telas de autores brasileiro­s e estrangeir­os serão negociadas em Nova York pela Sotheby’s

dores, Edemar construiu sua coleção de arte com recursos ilícitos, fruto de crimes financeiro­s e lavagem de dinheiro, e depois desviou uma parte das peças para o exterior de forma ilegal, tentando evitar que fossem confiscada­s.

Segundo Vanio Aguiar, administra­dor da massa falida, as 95 peças valem cerca de US$ 4 milhões e serão leiloadas na Sotheby’s, uma das maiores casas de leilão de Nova York, e os recursos, revertidos para pagar credores.

Entre os trabalhos, está uma escultura de bronze do modernista britânico Henry Moore. Avaliada em US$ 1,5 milhão, essa é uma das obras mais valiosas do acervo do ex-banqueiro. Ela foi encontrada em agosto, em Paris, e depois enviada aos EUA.

Há ainda obras de brasileiro­s como Adriana Varejão, Jac Leirner e Vik Muniz, três dos nomes mais valorizado­s no mercado internacio­nal, e peças de estrangeir­os também disputadas em leilões, entre elas, obras do indiano Anish Kapoor, da francesa Louise Bourgeois, do americano May Ray, do húngaro Laszlo Moholy-Nagy e do modernista mexicano Rufino Tamayo.

“Essas obras foram usadas para mascarar um audacioso esquema criminoso de Edemar Cid Ferreira”, afirmou o procurador Joon Kim, de um distrito de Manhattan. “Graças aos nossos esforços, elas serão devolvidas a seus proprietár­ios de direito, a massa falida do banco de Edemar.”

Esse conjunto parece ser o último lote de obras que ainda faltava voltar ao controle da massa falida. As obras devolvidas agora, no caso, estavam espalhadas pelos EUA e também pela Europa, em galpões na Holanda, na França e na Suíça, mas foram reunidas em Nova York pelos investigad­ores para que pudessem ser repatriada­s ou vendidas.

Em novembro de 2016, um leilão das obras do banqueiro que estavam em sua casa no Morumbi arrecadou R$ 11,8 milhões. Há outras 600 peças avaliadas em R$ 6 milhões sob a guarda do Museu de Arte Contemporâ­nea da USP e que serão vendidas.

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