Avião elétrico pode virar realidade em cinco anos
Start-up apoiada pela Boeing promete aeronave para até 12 passageiros
Empresa diz que custo deoperaçãoserámenor que os modelos atuais, mas analistas estão céticos com a promessa
A Boeing está reforçando seu interesse por futuras tecnologias de aviação na corrida para desenvolver o primeiro avião de passageiros elétrico e autoguiado
Um de seus primeiros investimentos em inovações disruptivas, a Zunum Aero, uma start-up sediada em Washington (EUA), revelou na quinta-feira (5) alguns detalhes sobre o custo de operação do primeiro avião de passageiros com propulsão híbrida elétrica.
A aeronave poderá levar entre 10 e 12 passageiros e deve começar a voar comercialmente em 2022, de acordo com a empresa.
Segundo a Zunum, que tem também entre seus investidores a companhia de aviação econômica JetBlue, a meta é ter um custo de US$ 0,05 por assento disponível/quilômetro —um indicador de eficiência empregado pelo setor.
De acordo com relatório da consultoria Oliver Wyman publicado em 2015, isso representaria uma redução de entre 10% e 30% com relação aos custos de operação dos aviões de maior porte operados por empresas de aviação convencionais e econômicas.
Mas alguns especialistas encaram com ceticismo a hipótese de que a operação de aviões híbridos será mais barata, pelo menos inicialmente. “Não vejo uma redução de custos inicial, porque eles ainda terão turbinas aciona- das por combustível fóssil”, disse Nikhil Sachdeva, da consultoria Roland Berger.
Além disso, o peso e a duração das baterias limitarão o alcance dos aviões de propulsão elétrica.
Mas a empresa disse que a duração da carga das baterias estava avançando tão rápido que a Zunum esperava levar ao mercado até 2030 seu primeiro avião comercial elétrico para 50 a 100 passagei- ros, com alcance de 1.600 km.
A empresa quer converter as pessoas que viajam de carro e trem em viajantes aéreos, pormeiodousodeaeroportos locais com requisitos de segurança mais modestos, a fim de reduzir o tempo de viagem em percursos de curta e média distância. PAULO MIGLIACCI