Folha de S.Paulo

Violência faz 7 em 10 quererem sair do Rio

Pesquisa Datafolha desta semana retrata sensação de medo dos cariocas em meio a atual crise de segurança pública

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Morador muda rotina diante de seguidos tiroteios e aprova a presença do Exército nas ruas da cidade

Um outro efeito dessa crise tem sido o aumento dos índices de criminalid­ade e a redução do número de policiais em favelas ocupadas por facções criminosas. As UPPs, base policiais em comunidade­s controlada­s pelo tráfico, perderam não apenas seu efetivo, mas a confiança dos moradores. Para a maioria, elas não melhoraram a segurança da cidade (62%), das comunidade­s com UPPs (57%) nem os seus entornos (56%).

Nos últimos meses, têm sido rotina mortos e feridos por bala perdida, além de motoristas obrigados a descer de seus carros para se proteger dos tiros —24% dos moradores dizem ter tido algum amigo ou parente vítima de arma de fogo nas últimas semanas.

A produtora cultural Georgiane Abreu, 37, mora no Complexo da Maré e diz que os tiroteios são constantes no conjunto de favelas na zona norte. “Acho que está igual, isso detertirot­eioeapesso­anão poder sair de casa faz parte da rotina.” Na semana passada, ela saía para trabalhar e, no caminho, deixaria a filha numa escola da comunidade.

“Mas já no portão do meu prédio voltei, porque vi o caveirão [blindado da polícia]. Entrei em casa e os tiros começaram. E ficou um tiroteio pesado por quatro horas.” POLICIAIS

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