Folha de S.Paulo

TORQUATO NETO - TODAS AS HORAS DO FIM

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dura militar, o governo Médici, Torquato preservou a atenção para a política enquanto transitava pelo desbunde.

“Você não tem que me dizer/ O número do seu mundo/ Você não me engana/ Este país não me engana/ E o futuro é claro e fundo”, anotou em um dos cadernos.

“Nos escritos há uma espécie de inventário feito por ele de músicas em parceria. Algumas não foram gravadas, mas desenvolvi­das com artistas conhecidos”, conta Mendes, referindo-se às colaboraçõ­es com Caetano, Gil, Jards Macalé, Toquinho, Luiz Carlos Sá e Luiz Melodia.

Em vida, Torquato editou 34 letras, número esticado para 100 desde a sua morte, graças às pesquisas no acervo.

Enquanto “Juvenílias” revela 56 poemas inéditos (1961-63), boa parte remontando à juventude no Piauí e na Bahia, “O Fato e a Coisa” —concebido mas jamais publicado por Torquato— reúne 29 poemas escritos entre 1962 e 1964, alguns deles citados na biografia “Pra Mim Chega” (Nossa Cultura), de Toninho Vaz.

O tema da morte, visitado em fragmentos autobiográ­ficos e letras, ressurge. “Como um derradeiro suicida de após bomba/ procuro aniquilar o inseto impossível/ que continuo sendo/ a zumbir sobre minha própria cabeça/ em mirabolant­es circunvolt­as”, escreveu em “A Crise”. QUANDO neste sáb. (7), às 19h30; veja outras sessões em festivaldo­rio.com.br ONDE Cine Odeon Net Claro QUANTO R$11 a R$ 22

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