Estilista que criou ‘vestido bandagem’ morre aos 60
Hervé Léger foi nome da alta costura que caiu nas graças de Hollywood
Federação de moda de Paris não divulgou causa oficial da morte do designer; hipótese é aneurisma cerebral
Foi anunciada na manhã desta sexta (6) a morte, aos 60 anos, do estilista francês Hervé Léger. A Federação da Alta-Costura e da Moda de Paris não divulgou a causa oficial da morte do designer, nascido Hervé Peugnet, mas a imprensa francesa noticiou que ele teria sido vítima de um aneurisma cerebral.
Sucesso comercial nos anos 1990, quando caiu nas graças de supermodelos e atrizes de Hollywood, Léger é criador do “vestido bandagem”, peça costurada justa ao corpo e composta por várias tiras de tecidos.
Esteta da alta-costura e um dos mais técnicos de sua geração, ele nasceu em Bapaume, região no norte da França, e trabalhou nas equipes de estilo de marcas como Fendi e Chanel, antes de abrir sua etiqueta homônima em 1985.
O estilista Karl Lagerfeld teria sido um conselheiro de Léger na época do lançamento da grife. No auge das vendas, o Léger disse em entrevista que estava confeccionando quase 200 vestidos de alta-costura por ano. MUDANÇA DE NOME Após vender sua marca para o grupo BCBG Max Azria, ele perdeu o direito de usar o nome e passou a desenhar usando o sobrenome Leroux. Entre 2004 e 2006 o designer assumiu a direção criativa da etiqueta Guy Laroche.
Entre as inúmeras clientes famosas do estilista estão as modelos Cindy Crawford, Gisele Bündchen e Dita Von Teese. A socialite Kim Kardashian e a rapper Nicki Minaj já posaram em tapetes vermelhos com versões do “vestido bandagem”.
“Muito triste por ter sido obrigada a me despedir desse gênio”, escreveu Von Teese em sua conta no Instagram. “Ele fez o vestido mais lindo que destaca a beleza da mulher, em vez de disfarçá-la.”
No Brasil, a apresentadora Fernanda Lima usou um “vestido bandagem” dourado do estilista durante um evento realizado na Copa do Mundo, em 2014.
O look causou furor na internet e teve sua imagem cortada na transmissão da televisão iraniana porque as autoridades do país persa teriam considerado o decote impróprio demais.
À sombra do circo fashionista, Léger é hoje considerado uma espécie de pai do “periguetismo”, e sua moda é copiada por grifes como a Lanvin, que no último desfile de verão 2018, durante a semana de moda de Paris, colocou na passarela referências ao estilo fundado pelo estilista.
Não haveria curvas voluptuosas na indústria da moda se o designer não tivesse tido a ideia de unir os pontos e encurtar a barra do vestido, abrindo decotes e fendas com as fitas transpassadas pelo corpo. Quanto mais acinturada, mais a peça tinha a marca de Léger.
O estilista também foi alvo de redes de fast-fashion, como a C&A, que, em uma coleção assinada por Kim Kardashian, colocou à venda vários modelos inspirados no “vestido bandagem”.
Até a conclusão desta edição não havia informações sobre velório e enterro.