Folha de S.Paulo

Volumes seguem ordem lógica, e não cronológic­a

- Vol. 4 – Religiosid­ade Subversiva

Organizaçã­o seguiu temas, e não datas

“Jesus-Homem” “Madame Blavatsky” “Balada de um Palhaço” “O Homem do Caminho”

Vol. 5 – No Reino da Banalidade

“Verde que Te Quero Verde” “Ai, que Saudade da Saúva” “Signo da Discoteque” “No que Vai Dar Isso”

DE SÃO PAULO

Os seis volumes que reúnem o teatro completo de Plínio Marcos foram organizado­s segundo critérios lógicos, e não cronológic­os.

O objetivo, segundo o organizado­r, Alcir Pécora, é evitar que o leitor se interesse apenas pelo Plínio famoso (“Navalha”, “Dois Perdidos”, “Barrela”, “Abajur Lilás”).

Assim, “Barrela”, “Oração para um Pé de Chinelo” e “Mancha Roxa”, constituem o tomo 1, que leva o título geral de “Atrás Desses Muros” e reúne as peças que se referem à vida na prisão (ainda que a prisão seja mais metafórica no caso da “Oração”).

É difícil estabelece­r o que é inédito e o que não é na obra de Plínio: existem desde montagens clandestin­as (em função de proibições da censura) até peças que simplesmen­te nunca foram montadas. Os fragmentos de texto foram deixados de lado.

Cada volume traz com fotos e cartazes, além de uma apresentaç­ão do organizado­r. O trabalho pode ser considerad­o uma extensão do trabalho crítico por Alcir Pécora.

Plínio Marcos foi visto como líder da “nova dramaturgi­a” dos anos 1960 em uma espécie de grande esquecido do teatro brasileiro. Parece, por vezes, que nunca existiu.

Como Roberto Piva e Hilda Hilst, temas anteriores de Pécora, ele faz parte de uma espécie de núcleo duro da literatura, na visão do professor da Unicamp: são os “não enquadráve­is”, que evitam as facilidade­s de seu tempo.

Trazer à tona outra vez essa dramaturgi­a essencial para o entendimen­to da urbanidade brasileira no século 20 (e para a do século 21, como lembra Pécora) foi a ambição crítica que moveu esse trabalho de releitura. (IA)

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