Mapa da morte em SP espelha da Suécia ao México
Levantamento inédito feito pela com dados bairro a bairro, revela a geografia dos assassinatos na capital
Levantamento inédito feito pela mostra o mapa das mortes violentas bairro a bairro na cidade de São Paulo. Ele traduz realidades que oscilam entre números de países avançados, como a Suécia, refletida nos índices do Jardim Paulista, e nações conflagradas, a exemplo do México, espelhado no Jaçanã.
O bairro da zona norte ultrapassou a historicamente violenta região sul da cidade devido a duas grandes chacinas registradas neste ano.
Com isso, pulou para taxa de 23 mortos a cada 100 mil habitantes, superior à do México em plena guerra de gangues do narcotráfico.
A reportagem utilizou a base de dados bruta do governo estadual, com milhares de mortes. O recorte escolhido contabiliza homicídios, lesões corporais seguidas de mortes e latrocínios (assaltos seguidos de morte).
O Jardim São Luís (zona sul) é o campeão em números absolutos, com 43 crimes registrados neste ano.
Isso significa 16 mortes por 100 mil habitantes, o dobro da média da capital e superior àquela da República Democrática do Congo. A média brasileira é de 27.
Entre os 96 bairros, 33 têm índices menores do que os dos EUA (4,8), e 28 registram dados maiores que a Nigéria (9,7). Bairros centrais, como a Sé, têm taxas que ultrapassam 70 casos por 100 mil habitantes —mas que não refletem a realidade por não contabilizarem a população flutuante da região.