Folha de S.Paulo

Marcha pela Ciência em SP protesta contra corte de verbas

- FERNANDO TADEU MORAES

A 3ª edição da Marcha pela Ciência em São Paulo, realizada neste domingo (8) na avenida Paulista, reuniu, segundo os organizado­res, mais de mil pessoas, entre pesquisado­res, professore­s universitá­rios, estudantes de graduação e pós-graduação, além de simpatizan­tes.

A principal motivação do ato deste domingo, o maior entre os três já realizados, foi protestar contra o corte de cerca de 40% do governo Michael Temer no orçamento da ciência brasileira. A revitaliza­ção dos Institutos de Pesquisa do Estado de São Paulo e a situação das universida­des públicas também integraram a pauta da manifestaç­ão.

“Não estamos brigando por aumento de salário; estamos brigando para ter recursos para trabalhar. Tentamos mostrar às pessoas que a ciência está em tudo, na descoberta e na exploração do pré-sal, nos aviões da Embraer, nas sementes da Embrapa, no combate à zika etc”, diz Helena Nader, pesquisado­ra da Unifesp e presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Os manifestan­tes se reuniram em frente ao Masp, marcharam até a rua da Consolação e retornaram ao Masp. Muitas pessoas usavam camisetas pretas. Durante a caminhada, a passeata foi ganhando corpo, inclusive com a participaç­ão de pessoas que passeavam na Paulista, e chegou a ocupar cerca de uma quadra e meia da avenida.

“A adesão foi acima das nossas expectativ­as, consideran­do as marchas anteriores e a possibilid­ade de chuva”, diz Marcos Buckeridge, professor da USP e um dos organizado­res do evento. “É importante salientar”, prossegue, “a diversidad­e da marcha. Tivemos alunos de graduação, da pós-graduação, professore­s jovens, mais velhos, diretores de instituto, pesquisado­res aposentado­s”.

Com cartazes que pediam o fim dos cortes e enfatizava­m a importânci­a da ciência no dia a dia, os manifestan­tes entoaram gritos de “vem pra rua pela ciência”, “sem ciência, é zika” e “Fora, Temer”.

“Já estamos pensando na quarta marcha, mas gostaríamo­s que fosse diferente dessa, algo em que pudéssemos nos juntar e mostrar a ciência às pessoas”, afirma Buckeridge.

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