1% ao ano perdem para a caderneta se o resgate for feito em até seis meses.
DE SÃO PAULO
Depósitos na poupança feitos desde 7 de setembro começaram a render menos a partir deste sábado (7). A rentabilidade cairá de 0,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial) para 70% da Selic — mensalizada— mais TR.
A mudança entrou em vigor com a decisão do Banco Central, no dia 7 do mês passado, de reduzir pela oitava vez seguida a taxa Selic, que foi para 8,25% ao ano. O gatilho é ativado sempre que a Selic (taxa básica de juros) for igual ou inferior a 8,5%.
Isso acionou a regra que diminui a rentabilidade da caderneta, mas, ainda assim, a poupança consegue superar o ganho de aplicações de renda fixa, como fundos com taxas salgadas e títulos emitidos por bancos.
A regra vale não só para depósitos feitos desde 7 de setembro, mas também para o saldo de depósitos a partir de 4 de maio de 2012.
Segundo Juliana Inhasz, professora do Insper, a caderneta rende mais que CDBs que rendem 80% do CDI, mas perde para o Tesouro Selic no longo prazo. Esses dois últimos investimentos também são afetados pela queda dos juros e sofrem incidência de Imposto de Renda.
De acordo com ela, o pequeno investidor dificilmente consegue uma taxa de administração boa em fundos. Por isso, a poupança continua sendo um dos melhores investimentos para esse público.
Levantamento da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) mostra que a caderneta rende mais que fundos com taxas de administração superiores a 2% ao ano, independentemente do prazo da aplicação.
A poupança também ganha de fundos com taxa até 1,5% ao ano se o resgate ocorrer em até 12 meses e tem rentabilidade igual se o saque ocorrer entre um e dois anos.
Mesmo fundos com taxa de LONGO PRAZO O gatilho que reduz o ganho da caderneta passou a vigorar em maio de 2012, em uma tentativa do governo Dilma Rousseff de diminuir a atratividade da poupança.
As mudanças foram anunciadas quando a taxa básica estava em 9% ao ano. Poucos meses depois, porém, a inflação disparou e o BC precisou elevar novamente a Selic. Resultado: as novas regras só vigoraram até agosto de 2013.
Agora, a expectativa é que a regra tenha vida mais longa, considerando que a inflação está comportada —2,5% nos 12 meses até setembro— e que o corte de juros é uma das ferramentas do governo para reanimar a economia.