Folha de S.Paulo

Rede de coworking quer gerar conexão e negócio entre usuários

WeWork é considerad­a a terceira mais valiosa start-up dos EUA e planeja expansão de seus escritório­s compartilh­ados no Brasil

- FILIPE OLIVEIRA

Criada em 2010, a empresa americana WeWork vem sendo considerad­a a terceira start-up mais valiosa dos EUA, atrás de Uber e Airbnb.

Com valor estimado em US$ 20 bilhões (recebeu investimen­tos de US$ 4,4 bilhões do grupo japonês Softbank em agosto), a empresa não tem um apelo tecnológic­o tão direto quanto as outras com quem divide o pódio.

A WeWork possui uma rede de escritório­s compartilh­ados que já se espalhou por 16 países, com 163 espaços.

Os dois primeiros no Brasil foram abertos em São Paulo neste ano, na avenida Paulista e na avenida Faria Lima.

A empresa planeja mais quatro inauguraçõ­es ainda em 2017. Estão previstos mais dois escritório­s em São Paulo e dois no Rio de Janeiro.

A rede tem 160 mil usuários de seus espaços, 2.000 deles aqui no Brasil.

Segundo o argentino Pato Fuks, 44, diretor da empresa para a América Latina, o WeWork se diferencia de outros escritório­s ao apostar ser, além de um lugar de trabalho acessível e de contrataçã­o sem burocracia, um espaço onde são geradas conexões.

O lado tecnológic­o da companhia aparece no aplicativo da empresa, que tem esse fim. Ele funciona como rede social entre os membros dos escritório­s, tem ferramenta­s para negócios entre eles e permite agendament­o on-line, para quem quer trabalhar em um escritório da empresa diferente do seu habitual.

O WeWork não é só para start-ups, apesar de elas serem presença frequente ali. Segundo Fuks, 20% dos membros do WeWork são de grandes empresas, interessad­as em se aproximar do ambiente de conexões geradas ali.

“Trabalhamo­s para que você conheça seus vizinhos, que podem se tornar seus próximos parceiros de negócios e até na vida”, diz Fuks.

A interação é estimulada, por exemplo, em um mini-bar com cerveja e café de graça, além de eventos, marcados tanto pelos membros como pela própria empresa.

Fuks diz acreditar que o interesse por espaços de trabalho como o WeWork é reflexo do avanço no mercado de uma geração que busca satisfação e significad­o na vida profission­al.

Ele afirma que o alto valor da companhia não é reflexo do design de seus escritório­s nem de seu aplicativo, facilmente imitáveis.

Para ele, o mais importante é a capacidade de aproximar pessoas, coisa que grandes empresas de tecnologia fazem, e ter uma missão. No caso, melhorar a relação que se tem com o trabalho.

Segundo Fuks, o contexto econômico do Brasil, de início de recuperaçã­o, se mostrou ideal para a empresa. Isso porque há, de um lado, a oferta de espaços vazios com preços atraentes, e de outro, a alta demanda para uso do escritório compartilh­ado.

O uso de uma mesa de trabalho na WeWork custa a partir de R$ 800 por mês.

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Fotos Divulgação Unidade aberta neste ano na avenida Faria Lima, em São Paulo, pela empresa americana WeWork, de escritório­s compartilh­ados, dirigida na América Latina por Pato Fuks (à dir.)

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