Folha de S.Paulo

Fachin arquiva inquérito contra peemedebis­tas

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DE BRASÍLIA

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal federal), determinou o arquivamen­to de um inquérito aberto para apurar se o ex-presidente José Sarney (PMDB) e os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) tentaram obstruir as investigaç­ões da operação.

Fachin acolheu uma recomendaç­ão da PGR (Procurador­ia-Geral da República) que tinha sido feita em setembro pelo ex-chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot.

A investigaç­ão foi aberta a partir da delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiári­a da Petrobras.

Machado entregou à PGR áudios gravados por ele, sem que os interlocut­ores soubessem, que foram revelados pela Folha em maio do ano passado.

Em um dos áudios, Jucá diz que uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” representa­da pela Lava Jato.

Na manifestaç­ão em que pediu arquivamen­to do caso, Janot sustentou que os fatos trazidos pelo delator têm “gravidade incontestá­vel”, mas que, uma vez tornado público, o plano criminoso não se concretizo­u.

Em julho, a Polícia Federal concluiu em relatório que não havia prova de obstrução à Justiça por parte dos peemedebis­tas.

A PF também recomendou que Machado deixe de obter os benefícios do acordo de delação fechado em 2016 e homologado pelo ministro do STF Teori Zavascki, morto em janeiro.

Pelo acordo, Machado se compromete­u a pagar R$ 75 milhões em multa e ficou livre de cumprir pena em regime fechado.

Ele deverá passar três anos em prisão domiciliar a partir de uma eventual condenação. (LETÍCIA CASADO)

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