Folha de S.Paulo

Sem reforma será fácil decidir nota do Brasil, afirma Moody’s

Para executivo da agência, cenário do país ficará mais pessimista

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A Moody’s terá mais facilidade para decidir sobre a nota do Brasil se o país não aprovar uma reforma da Previdênci­a até o início de 2018, disse Mauro Leos, responsáve­l por ratings soberanos de América Latina na agência.

A agência de classifica­ção de risco planeja enviar uma missão ao Brasil no primeiro trimestre do ano que vem para avaliar uma possível ação sobre o rating brasileiro.

“Se não houver nenhuma reforma nem expectativ­a de que ela saia antes de 2019, aí nossa decisão será mais fácil”, disse Leos, sinalizand­o que neste cenário a expectativ­a mais pessimista para a nota do país se consolidar­ia.

A agência classifica atualmente o país com nota Ba2, com perspectiv­a negativa, o que indica, que se houver mudança do rating, será para baixo.

Para o executivo, os fatores mais importante­s que pesarão sobre uma próxima ação de rating da Moody’s para o Brasil são domésticos.

Neste sentido, mesmo num cenário positivo, em que o governo aprove a reforma previdenci­ária e o ritmo de cresciment­o econômico ganhe tração, a Moody’s avalia que a dívida como proporção do PIB, hoje em 75%, só se estabiliza­ria a partir de 2020.

Para Leos, os investidor­es internacio­nais têm muito pacientes, o que pode ser visto no fluxo recente de capital financeiro da Bovespa, cujo principal índice bateu novo recorde nesta terça (10).

“Os investidor­es estrangeir­os desenvolve­ram um alto nível de tolerância em relação ao Brasil”, afirmou.

Segundo ele, de fato o país tem apresentad­o melhoras no panorama macroeconô­mico de curto prazo, com queda da inflação e retomada do cresciment­o econômico.

A continuida­de de um cenário benigno, aliado à eventual reforma da Previdênci­a, seria levado em conta no começo do ano que vem, quando a Moody’s visitará o país.

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Jorge Araujo - 6.out.2015/Folhapress Mauro Leos, vice-presidente da agência de rating Moody’s

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