Ações trabalhistas da Varig põem em risco planta da GE
A GE (General Electric) poderá parar de investir ou até fechar a Celma, empresa de manutenção de turbinas, que fatura R$ 6,36 bilhões, em razão de processos trabalhistas movidos por ex-empregados da área de aviação da Varig que ficaram sem receber, segundo a coluna apurou.
A GE Celma é a quarta maior empresa exportadora da área de serviços do Brasil.
Em 1998, a multinacional adquiriu 95% de uma área da Varig que prestava esses serviços. Cinco anos depois, adquiriu os 5% restantes. Localizada em Petrópolis, a empresa passou a se chamar GE Celma.
GE e Varig não foram coligadas nem trabalharam juntas, dizem pessoas ligadas à multinacional. A vendedora ficou com uma fatia minoritária por poucos anos.
A Varig entrou em recuperação judicial em 2005 e, em 2010, teve a sua falência decretada. Os trabalhadores da antiga fábrica de manutenção da Varig foram incorporados pela subsidiária da GE.
Há milhares de ações contra a massa falida da Varig, movidas por pilotos, comissários e equipe da operação em terra da empresa aérea.
A GE tem hoje 105 casos ativos em que é arrolada como corresponsável —e em 44 dos casos, perdeu em primeira instância e teve ordem judicial para que a Celma dê garantias de pagamentos.
Os advogados da empresa conseguiram 29 decisões favoráveis em primeira instância, e 32 casos ainda aguardam julgamento. Outros 34 processos foram vencidos pela GE e encerrados.
O receio na multinacional é que a tese da corresponsabilidade se alastre —a Celma tem, hoje, 2.000 funcionários, e o cálculo deles é que existam entre 3.000 e 4.000 ações trabalhistas contra a antiga Varig.
A americana desembolsou R$ 87,6 milhões na compra total da empresa. Entre 2011 e 2020, terá investido mais de R$ 300 milhões na planta.