Forças Armadas voltam à Rocinha para ação
Mulher do traficante Nem, um dos pivôs da guerra no Rio, foi presa em dia de operação
Onze dias após desmontarem o cerco à favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio, as Forças Armadas retornaram à comunidade nesta terça-feira (10).
O objetivo da ação, classificada como pontual pelas autoridades, era checar informações sobre depósitos de armas e drogas que estariam na mata, no alto do morro.
As tropas chegaram na madrugada de segunda (9), às 5h40, e deixaram a favela por volta das 15h desta terça. Sete blindados e 550 homens se juntaram aos 550 PMs que ocupam a favela desde a saída das Forças Armadas.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio, que coordena as atividades, não divulgou balanço da operação nem confirmou nova ação nesta quarta (11).
Enquanto o cerco era mon- tado na favela, a mulher do traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem, foi presa na Ilha do Governador, zona norte, a 30 km da Rocinha. Danúbia Rangel estava foragida após ter sido condenada a 28 anos de prisão por tráfico, associação ao tráfico e corrupção.
As operações desta terça são desdobramentos da ação das forças de segurança contra a quadrilha que domina o tráfico de drogas na Rocinha, a ADA (Amigos dos Amigos).
Na terça (17) completa um mês que um racha na facção resultou em tentativa de invasão à favela por grupo ligado a Nem, rival de Rogério 157. Desde o início do confronto, 11 supostos traficantes foram mortos e 28 foram presos.
Desde a saída das Forças Armadas, a Rocinha tem vivido um recrudescimento da violência. A PM faz incursões diárias em busca de criminosos dos dois grupos.
Ao todo, 3.344 alunos de escolas e creches na Rocinha ficaram sem aulas nesta terça. Houve tiros esporádicos na favela, e mototaxistas pediram paz em um protesto em frente à comunidade. O texto aprovado nesta terça (10) altera a lei Maria da Penha e traz uma série de especificações sobre atendimento à mulher vítima de violência doméstica. O projeto vai agora a sanção de Michel Temer.
Uma das principais mudanças é que a partir de agora, medidas protetivas de urgência podem ser concedidas pelo delegado de polícia. Pela legislação atual, essa era uma atribuição do juiz. O Senado aprovou nesta terça (10) projeto que transfere à Justiça Militar a atribuição de julgar membros das Forças Armadas que cometerem crimes dolosos contra civis em atividades de garantia de ordem. O texto agora será encaminhado para sanção presidencial.
O governo atuou pela aprovação do projeto. Já organizações de direitos humanos e o Ministério Público Federal são contrários ao texto.