Um jornalista que acumulava vários empregos
O relógio marcava 4h e Lélio Raphanelli já estava na rua. Passava na banca, comprava todos os jornais e seguia para o escritório —às vezes na companhia do filho ainda pequeno. Em pouco mais de três horas, ele lia tudo, fazia recortes e anotações.
Essa era a primeira etapa do dia desse carioca, que nos anos 60 chegava a acumular três, quatro empregos. Depois do clipping, deixava o papel de assessor de imprensa e seguia para o Ministério do Trabalho e Emprego, onde atuou por décadas. À tarde, era a vez da Redação do jornal.
As carreiras seguiam em paralelo, mesmo depois que Lélio se mudou para Brasília, em 1971. Passou por jornais como “Diário de Notícias” e “Correio Braziliense”, cobriu três Copas e lembrava com orgulho de quando conheceu Pelé.
O futebol era, na verdade, uma paixão para ele. Contava que na adolescência ia jogar no subúrbio do Rio e, se ganhasse, tinha que fugir com todo o time pra não apanhar.
Já mais velho, assustava os desavisados com gritos e xingamentos quando via aos jogos na TV, principalmente do Vasco. Mas era de entusiasmo, nada de mau humor. Lélio amava piadas e só perdia o sorriso quando a comida vinha ruim, diz a nora, Mara.
Além dos jogos e dos pratos “espetaculares” —com o “s” sempre bem puxado—, Lélio dedicava seu tempo aos netos, aos livros e à igreja, principalmente depois da aposentadoria. Repetia sempre, orgulhoso, que era oblato do Monastério de São Bento.
Viúvo, morreu no último domingo (8), aos 87, devido a uma doença no fígado. Deixa dois filhos, nora, genro, quatro netos e dois bisnetos. coluna.obituario@grupofolha.com.br HELIO PALERMO FILHO - RUBENS BERNAL MOLINA - VOCÊ DEVE PROCURAR O SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL DE SP: tel. (11) 3396-3800 e central 156 site: prefeitura.sp.gov.br/ cidade/secretarias/obras/ servico_funerario/ Serão solicitados os seguintes documentos do falecido: Cédula de identidade (RG); Certidão de Nascimento (em caso de menores); Certidão de Casamento.
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