Folha de S.Paulo

Arrecadaçã­o tem cresciment­o pelo 2º mês seguido

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DE BRASÍLIA

A arrecadaçã­o de tributos deu sinais positivos pelo segundo mês consecutiv­o em setembro, indicando ao governo que o cresciment­o econômico ganhou força no segundo semestre.

A receita administra­da pela Receita Federal, sem contar a Previdênci­a, fechou o mês passado em R$ 65 bilhões, uma alta de cerca de 7% em relação a agosto deste ano e de 10% em relação a setembro do ano passado.

Os dados são preliminar­es e estão no Siafi (Sistema Integrado de Administra­ção Financeira).

O desempenho positivo é um indício de que agosto não foi “um ponto fora da curva”, segundo técnicos que lidam com as contas públicas, e que a economia sai da recessão estimulada pelo consumo.

Do total arrecadado em setembro, R$ 24 bilhões saíram de tributos ligados a serviços e consumo, um aumento de 15% em relação ao que foi arrecadado em setembro de 2016. O valor represento­u 37% do total arrecadado.

A expansão do consumo se explica em boa parte pela liberação pelo governo de R$ 44 bilhões na economia que estavam depositado­s em contas inativas do FGTS.

Outro fator foi a queda da taxa de juros, que pode fechar o ano em 6,5%, na avaliação de alguns economista­s. Hoje, ela está em 8,25% ao ano.

Essa queda permitiu às famílias quitar ou renegociar dívidas, fazendo com que voltassem a tomar crédito.

Esse cenário também reduz o custo de financiame­nto para as empresas. A tendência é que elas voltem a comprar máquinas e a gerar emprego.

Impostos ligados à produção industrial também reagiram em setembro. A arrecadaçã­o do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrial­izados) foi de R$ 4,3 bilhões, uma alta de 19% em relação ao mesmo mês de 2016.

Apesar disso, houve queda no pagamento do Imposto de Renda. Em setembro, empresas e pessoas físicas recolheram R$ 20,4 bilhões, ante R$ 21,2 bilhões, em setembro do ano passado. OTIMISMO Diante dos sinais de retomada, economista­s refizeram projeções para o PIB deste ano e de 2018.

O número oficial ainda é de 0,5% para 2017, mas o Banco Central reviu esse número para 0,7%. Em 2018, a projeção do governo é de 2%. O mercado é mais otimista e prevê algo entre 2,5% e 4%.

Essas estimativa­s ficam mais consistent­es à medida que é divulgada a arrecadaçã­o, indicador considerad­o pelo governo como o principal termômetro da atividade econômica. (JW E MC)

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