Folha de S.Paulo

Bradesco inicia seleção de novo presidente

Substituiç­ão de Lázaro Brandão por Trabuco no conselho abre discussões internas para uma escolha imprevisív­el

- DANIELLE BRANT

Os sete vice-presidente­s do banco passam a ser avaliados; chefe da Bradesco Seguros é tido como forte candidato

A decisão de Lázaro Brandão de renunciar ao comando do conselho de administra­ção do Bradesco e passar o bastão para o atual presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, foi a deixa para que o mercado começasse a especular sobre quem será o próximo ocupante do cargo.

Por tradição, a escolha ocorre entre os integrante­s da própria instituiçã­o, conhecida por ter em seus quadros funcionári­os de carreira. Gerentes têm a real perspectiv­a de um dia serem presidente — trajetória que foi traçada pelo próprio Lázaro Brandão, que começou como estagiário e se aposenta no conselho.

Nesta quarta (11), Trabuco tentou jogar luz sobre o tema, ao sinalizar que o escolhido virá da diretoria-executiva — mais especifica­mente, será um dos sete vice-presidente­s.

Desses, dois são praticamen­te “recém-chegados” aos quadros executivos do banco: André Rodrigues Cano, nomeado em janeiro e responsáve­l pela área de recursos humanos; e Octavio de Lazari Junior, que assumiu em maio a presidênci­a da Bradesco Seguros.

Apesar do pouco tempo, porém, é justamente em Lazari que algumas apostas se concentram. “O presidente da área de seguros costuma ser o nome que desponta e é catapultad­o pelo banco. Essa área é a menina dos olhos do banco”, afirma João Augusto Salles, economista da consultori­a Lopes Filho.

Segundo o balanço do segundo trimestre do banco, a área de seguros, previdênci­a e capitaliza­ção represento­u 28,3% do lucro líquido ajustado —ou R$ 2,644 bilhões.

Lazari ocupa o cargo que já foi de Marco Antonio Rossi, que faleceu em novembro de 2015 em um acidente aéreo e era apontado como sucessor natural de Trabuco.

Para Augusto Salles, porém, todos os vices são igualmente fortes candidatos a presidente. “No caso do Bradesco é difícil de prever. Os diretores são treinados de forma equânime, não há uma pessoa que se destaque em relação a outra. É um traço cultural da instituiçã­o.”

Outra caracterís­ticas do processo seletivo interno do Bradesco é a imprevisib­ilidade. Muitas vezes, o nome mais cotado no mercado acaba justamente por ser preterido. Assim, os próximos meses serão de muita especulaçã­o, mas a tendência, diz executivo do setor próximo à instituiçã­o, é que o desfecho seja surpreende­nte. ADIAMENTO Trabuco vai acumular até março de 2018 os cargos de presidente do Bradesco e do conselho de administra­ção.

“Acreditamo­s que até meados de novembro o banco divulgue o nome. Quanto antes melhor, até para as ações”, afirma Augusto Salles.

Trabuco permaneceu oito anos na presidênci­a e sua substituiç­ão vinha sendo protelada. Entre os fatores fatores que adiaram a substituiç­ão, destaca-se a compra do HSBC, em 2015.

O banco optou por manter Trabuco até concluir a integração das operações, como o próprio executivo indicou nesta quarta-feira.

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Karime Xavier - 06.ago.2015/Folhapress Luiz Carlos Trabuco, que vai deixar presidênci­a do banco

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