Folha de S.Paulo

Suspeito de estupros nos Jardins é preso

Homem que se passava por policial e atacou mulher na semana passada foi reconhecid­o por outras sete vítimas

- MARIANA ZYLBERKAN

Advogado diz que rapaz toma remédios e que ele não se lembra desses ataques; um laudo será apresentad­o à polícia

A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (11) o homem suspeito de usar um distintivo policial falso para assaltar e estuprar na semana passada uma mulher na saída de um supermerca­do nos Jardins, bairro nobre da zona oeste de São Paulo.

O suspeito cumpre prisão temporária na carceragem da 1ª Delegacia da Mulher, responsáve­l pela investigaç­ão.

O homem foi identifica­do como o suplente de vereador Adson Muniz Santos (PRB), 32, da cidade baiana de Jussiape. De acordo com a delegada Christine Nascimento Guedes Costa, sete vítimas já o reconhecer­am. Elas teriam sofrido ataques semelhante­s à da vítima da sexta-feira da semana passada (6). “É um predador sexual sem sombra de dúvidas”, diz a delegada.

Ele é acusado também de ter estuprado uma mulher no último dia 2 em um quarto de hotel na rua da Consolação, na região central.

Segundo a polícia, a vítima foi abordada por ele há dois meses no aeroporto de Congonhas, quando ele se apresentou como produtor de um programa de TV e a convidou para participar da atração.

O encontro no hotel foi marcado para uma sessão de fotos. Mas, uma vez a sós com a vítima no quarto, ele se tornou agressivo e a ameaçou com uma arma para obrigála a manter relações sexuais. HOSPEDADO Segundo a delegada responsáve­l pelas investigaç­ões, o suspeito não tem residência fixa em São Paulo e estaria hospedado em um hotel da capital paulista.

Ele foi preso na manhã desta quarta perto do estádio do Pacaembu, também na zona oeste. Santos deve responder sob as acusações de roubo, estupro e falsa identidade.

O suspeito era procurado desde sábado (7). Um dia antes, uma mulher de 48 anos cruzava a rua Augusta após sair do estacionam­ento da Casa Santa Luzia, empório de luxo tradiciona­l do bairro, quando um homem a abordou, apresentan­do um distintivo falso da Polícia Federal.

Armado, ele mandou a mulher abaixar os vidros e mostrar os documentos.

Após acusá-la de quase atropelá-lo, ele percebeu as portas destrancad­as e entrou no veículo. A mulher ficou cerca de três horas em poder do bandido, que a obrigou a sacar R$ 1.000 de um caixa eletrônico na rua São Caetano, no centro de São Paulo.

O criminoso mandou a vítima tirar seu sutiã e a fazer sexo oral nele, segundo registro do boletim de ocorrência da Polícia Civil paulista.

Ele também chegou a se masturbar e a ejacular no carro, de acordo com Marco Antonio de Paula Santos, delegado seccional do centro.

Ela conseguiu fugir quando parou no sinal vermelho.

A conduta, segundo a polícia, é considerad­a estupro –uma lei de 2009 ampliou a classifica­ção desse crime, que até então abrangia essencialm­ente os casos em que havia conjunção carnal.

Procurada pela Folha ,avítima preferiu não dar entrevista —foi orientada pelo advogado a não falar para não atrapalhar as investigaç­ões. OUTRO LADO O advogado do suspeito, Ricardo Salomão, afirmou que o rapaz toma remédios controlado­s e que não se lembra dos ataques.

“Vamos pegar o laudo medico com a família, que comprova o tratamento psiquiátri­co”, disse o advogado.

De acordo com ele, Santos ainda está “aéreo” e “não falando nada com nada”.

O suspeito dos crimes estaria em São Paulo para procurar emprego. Um tio foi chamado para prestar depoimento na delegacia nesta terça-feira (10), disse o advogado.

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Divulgação Adson Muniz Santos, 32, após ser preso nesta quarta (11)

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