Folha de S.Paulo

Novo presidente quer ir à Suiça falar com COI

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DE SÃO PAULO

Empossado presidente do COB até 2020, Paulo Wanderley, 67, começará a partir da próxima segunda-feira (16) um périplo para ganhar poder político e aliados.

Ele também tem interesse de ir a Lausanne (Suíça) para um encontro com diretores do COI (Comitê Olímpico Internacio­nal). O novo presidente tentará arregiment­ar o máximo de aliados para ter mais governabil­idade.

“Irei, se chamado. Tenho interesse e estou em contato constante”, afirmou.

No início da semana, ele receberá entidades como a ONG Atletas pelo Brasil, liderada por ex-esportista­s como Ana Moser, Raí e Lars Grael.

Durante a entrevista coletiva na sede do comitê, nesta quarta, no Rio, Wanderley disse que chamará a organizaçã­o para participar das reformas que pretende implementa­r dentro da entidade.

Além disso, ele sabe que terá sua gestão analisada com lupa por entidades e presidente­s de confederaç­ão que vão auxiliá-lo na reestrutur­ação do comitê ao longo dos próximos meses.

Wanderley também deve ter encontro na próxima semana com o ministro Leonardo Picciani (Esporte) ou o secretário de alto rendimento da pasta, o ex-judoca Rogério Sampaio, campeão olímpico nos Jogos de Barcelona.

A pasta convocou a cúpula do COB —no caso, Wanderlei—, para dar esclarecim­entos sobre a suspensão imposta pelo COI (Comitê Olímpico Internacio­nal), que congelou repasses para o comitê brasileiro e só vai liberá-los mediante reformas de governança.

Sampaio e o novo presidente do COB são próximos.

Wanderley, ele mesmo um ex-judoca que presidiu a confederaç­ão brasileira da modalidade por 16 anos, era o treinador da seleção brasileira masculina naquela Olimpíada na Espanha em 1992.

Depois de deixar os tatames, como atleta ou técnico, Wanderley rumou para a cartolagem. Em 2001, ele substituiu Joaquim Mamede, que protagoniz­ou polêmicas, no comando da confederaç­ão.

Entre aquele ano e 2017, quando Silvio Acácio Borges foi eleito seu sucessor no comando do judô nacional, Wanderley viu os atletas conquistar­em 12 medalhas olímpicas e 30 em campeonato­s mundiais no tatame.

Atualmente, o judô é a modalidade que mais deu medalhas olímpicas para o país.

São 22 pódios (quatro ouros, três pratas e 15 bronzes), à frente da vela (18) e do atletismo (16). O vôlei tem 10 e o vôlei de praia, 13.

Wanderley é nascido no Rio Grande do Norte, mas desde jovem se estabelece­u em Vitória (Espírito Santo).

De perfil exigente, costuma dizer que “delega, mas também fiscaliza e cobra”. O desafio vai ser implementa­r seu mantra no novo cargo.

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