Folha de S.Paulo

Tudo é arte e museus devem ser interativo­s, diz criançada

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DE SÃO PAULO

Na semana do Dia da Criança, a Folha ouviu crianças sobre sua visão das artes, em meio a polêmicas como o fechamento da mostra ‘Queermuseu’, em Porto Alegre, e o repúdio a uma performanc­e no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Apesar da alta no público geral —28 milhões em 2016, ante 25 milhões em 2015—, as crianças querem melhorias para tornar os locais de exibição mais acessíveis.

Entre as sugestões, destaca-se a de maior interativi­dade. Diz Laura, 11: “Quando você toca na obra, vai mais na cabeça como é que foi [feita]”.

Por outro lado, Martim, 11, ressalva que a vigilância do público nos museus é redobrada quando se é mirim.

“Os seguranças ficam muito em cima; só de passar, eles já ficam encarando.”

Para Mariana, 7, exposições de artes visuais têm textos demais. “Elas [crianças] não conseguem ler, aí os adultos ficam falando muito e a gente não entende.”

“Mas, às vezes, eu que explico [para meu pai]”, diz Isabelle, 10, cujo artista preferido é Romero Britto.

Sobre o que é ou não é artístico, a maioria dos pequenos acha que tudo pode ser considerad­o arte. “Um rabisco pode ser arte”, diz Laura.

Rafaela, 10, que já visitou mostras em Nova York e Paris, acha que conhecer museus é “muito importante para a [história da] civilizaçã­o”.

Ana Angélica, 8, lembra de aprender sobre a bomba de Hiroshima em viagem ao Japão: “Era tão forte que derretia a pele das pessoas”. Para ela, “foi interessan­te saber que conservara­m isso”.

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Emiliano Goyeneche/Folhapress A pequena Georgia, 8, em frente à Casa das Rosas, em SP

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