Folha de S.Paulo

SAIBA MAIS GOVERNO DE MADRI ESTÁ EM POSIÇÃO FRÁGIL

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Na terça (10), Puigdemont declarou a independên­cia da Catalunha, mas pediu que a proclamaçã­o fosse suspensa para dialogar com Madri. A manobra não deixou claro se os catalães estavam se separando da Espanha.

Para dirimir a dúvida, o premiê Rajoy pediu formalment­e para que Puigdemont diga se houve uma secessão. O prazo para a resposta é a próxima segunda-feira (16).

Se o presidente catalão confirmar a separação, ele terá até quinta (19) para voltar atrás. Caso a declaração seja mantida, Madri planeja ativar o Artigo 155 da Constituiç­ão, que prevê a suspensão da autonomia regional.

Para isso, Rajoy precisa da aprovação de dois terços do Senado, o que já tem. Mas, em pacto com o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), concordou em discutir a reforma constituci­onal, reivindica­ção de regiões separatist­as, como a Catalunha. GOVERNO ESPANHOL

Mariano Rajoy (Partido Popular, conservado­r)

Albert Rivera (Cidadãos, centrodire­ita)

Pedro Sánchez (Partido Socialista Operário Espanhol, centro esquerda) GOVERNO CATALÃO

Carles Puigdemont (Partido Democrata Europeu Catalão, nacionalis­ta)

Anna Gabriel (Candidatur­a de Unidade Popular, extrema esquerda) Inés Arrimadas (Cidadãos, centro-direita) É em uma posição frágil que o governo espanhol enfrenta o separatism­o catalão, a sua mais urgente crise territoria­l das últimas décadas. Mariano Rajoy comanda o país em um governo de minoria. Sem mais da metade das 350 cadeiras do Parlamento, depende do apoio de aliados para não cair, sendo o principal o Cidadãos, cujo líder é o catalão anti-independên­cia Albert Rivera. Por sua vez, o governo regional catalão é hoje dominado por uma aliança de siglas nacionalis­tas, que inclui partidos de esquerda. O Cidadãos, de Rivera, é o maior partido de oposição.

A procurador­a-geral deposta da Venezuela Luisa Ortega Díaz publicou nesta quinta-feira (12) um vídeo em que o ex-presidente da Odebrecht no país Euzenando Azevedo disse ter pago US$ 35 milhões a Nicolás Maduro em doações para a campanha presidenci­al de 2013.

A gravação publicada pela chavista dissidente é de um depoimento de Azevedo à Procurador­ia-Geral da República, em 15 de dezembro de 2016. A informação sobre o pagamento ao mandatário havia sido revelada pelo jornal “O Globo” em julho.

Segundo Azevedo, o líder venezuelan­o, à época interino, pediu US$ 50 milhões à construtor­a brasileira por meio de Américo Mata, então seu assessor que desde 2015 é presidente de uma corporação estatal de fomento.

“O Américo me garantiu e disse que, se ganhasse, o presidente Maduro colocaria as obras da Odebrecht como prioridade e assim dar a continuida­de à imagem do presidente Chávez. Então, nós negociamos, eu aceitei pagar.”

A eleição presidenci­al foi em abril de 2013, um mês depois da morte de Hugo Chávez (1954-2013). Maduro ganhou a votação com uma diferença de um ponto percentual para o opositor Henrique Capriles, que também é citado na delação da Odebrecht.

O vídeo foi publicado pela procurador­a destituída em agosto pela Assembleia Constituin­te horas depois que seu sucessor, Tarek William Saab, pediu à Interpol a captura internacio­nal de Azevedo.

Segundo Saab, ele estaria ligado à suposta rede de extorsão que o regime alega ter sido liderada pela dissidente e seu marido, Germán Ferrer.

Em fevereiro, porém, a própria Ortega Díaz pediu à Justiça a prisão do executivo e fez apreensões no escritório da Odebrecht em Caracas.

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Susana Vera/Reuters Governo catalão diz que quase 900 se feriram no dia 1º; presidente da região não participa de festa nacional em Madri Com cassetete, membro da Polícia Nacional observa participan­tes de protesto no Dia da Festa Nacional em Barcelona

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