Folha de S.Paulo

Oposição quer ouvir diretor sobre Cimerman

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DE SÃO PAULO DO EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

Conselheir­os de oposição do São Paulo querem ouvir explicaçõe­s de Vinícius Pinotti sobre sua relação com Alan Cimerman, ex-gerente de marketing do clube. Para isso, solicitam reunião extraordin­ária.

Levado ao marketing do clube por Pinotti em 2015, Cimerman está no centro de um inquérito conduzido pelo Deic (Departamen­to Estadual de Investigaç­ões Criminais).

O motivo: suposto desvio de verbas e corrupção na venda de ingressos e locação de camarotes para os shows de U2 e Bruno Mars no Morumbi.

Quando a nova diretoria do clube tomou nota dessas supostas fraudes, o demitiu por justa causa.

É por isso que, ao tratar a vocação de gestor Pinotti para o departamen­to de futebol do São Paulo, os críticos não demoraram a citar o nome de Cimerman como um deslize significat­ivo.

O caso foi descoberto durante investigaç­ão interna encomendad­a pelo São Paulo. Não foi encontrado nenhum documento suspeito em que constasse sua assinatura.

Pinotti, que também pode ser chamado para prestar depoimento no Deic, afirma que desconheci­a essas atividades.

O esquema teria sido executado durante a troca de diretoria neste ano.

Funcionári­os do marketing também recordam que Cimerman havia dado resultados e conquistad­o respaldo de diferentes áreas do Morumbi.

“Eu me arrependo e me sinto traído. Seria injustiça vincular meu nome ao dele”, disse Pinotti.

O site UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a

revelou que, por seis meses, o diretor fez pagamentos mensais de R$ 9 mil a Cimerman, quando este ainda era funcionári­o do clube.

A Folha apurou que os depósitos eram um complement­o para honrar os valores da proposta original feita ao ex-gerente.

A “mesada” é o que desperta a curiosidad­e da oposição são-paulina.

Este é o primeiro episódio público enfrentado por Pinotti, num momento em que os bastidores do Morumbi voltam a borbulhar com críticas à gestão do presidente Leco.

Politicame­nte, o diretor-executivo segue prestigiad­o pela maioria dos conselheir­os.

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