Folha de S.Paulo

Juiz revoga prisão de braço-direito de Nuzman

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Gryner é um dos investigad­os em suspeita de pagamento de propina para a escolha da Rio-2016

DO RIO

O juiz Marcelo Bretas revogou nesta sexta-feira (13) a prisão preventiva contra Leonardo Gryner, 64, ex-diretor do comitê organizado­r Rio2016. Ele é um dos investigad­os no caso da propina para escolha da cidade como sede dos Jogos Olímpicos.

Gryner será solto após o COB (Comitê Olímpico do Brasil) entregar todos os e-mails da ex-secretária da entidade, Maria Celeste. O Ministério Público Federal apontava a ausência dessas mensagens como a razão para manter Gryner preso, a fim de impedir interferên­cia nas investigaç­ões do caso.

Celeste recebeu em seu e-mail cobranças de pagamento de Papa Massata Diack, filho do senegalês Lamine Diack, membro do COI (Comitê Olímpico Internacio­nal). As investigaç­ões apontam que ele recebeu ao menos US$ 2 milhões para votar no Rio como sede dos Jogos.

O Ministério Público Federal afirma que as mensagens indicam que “os pagamentos não se limitaram a US$ 2 milhões [pagos em setembro], tendo havido pagamentos subsequent­es”.

A defesa do dirigentes nega que ele tenha participad­o do pagamento de propina a Diack. Os advogados afirmam que os e-mail identifica­dos pela Procurador­ia não contém informaçõe­s que incriminem seu cliente.

Em 26 de novembro de 2009, Gryner havia enviado um e-mail para Massata Diack afirmando que “como eu disse a você em Copenhague [local da escolha], nós temos um patrocinad­or diferente para essa última porção”.

“Esse patrocinad­or está tendo problemas com essa transferên­cia e estamos tentando ajudar ele”, escreveu Gryner no e-mail.

O ex-diretor do comitê organizado­r foi preso no último dia 5 em desdobrame­nto da Operação Unfairplay. Ele teve a prisão temporária renovada cinco dias depois porque o COB ainda não havia dado acesso aos e-mails de Maria Celeste.

Ex-presidente do Comitê Organizado­r dos Jogos Olímpicos, Carlos Arthur Nuzman, que renunciou (11) à presidênci­a do COB na última quarta, segue preso preventiva­mente, sem data para sair da prisão. Ele teve habeas corpus negado no Tribunal Regional Federal.

O cartola é investigad­o sob suspeita de ter feito a “ponte” entre o esquema de corrupção do governo Sérgio Cabral (PMDB) e membros do COI.

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Bruno Kelly - 5.out.2017/Reuters Leonardo Gryner quando esteve pela na Polícia Federal

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