Folha de S.Paulo

O COB, que detém a maior parte da fatia da Lei Piva, porém, ainda não repassou a

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o dinheiro público não deixou de pingar nas contas das entidades sem a contrapart­ida de transparên­cia.

Aprovada em 2001, a Lei Piva garante a destinação às entidades desportiva­s de 2,7% da arrecadaçã­o bruta das loterias federais. Os percentuai­s são divididos entre os dois comitês e o CBC (Comitê Brasileiro de Clubes).

Já foram investidos mais de R$ 2 bilhões apenas para o COB e suas confederaç­ões esportivas filiadas nos últimos 15 anos. A verba é repassada aos comitês pela Caixa Econômica Federal e sua fiscalizaç­ão é responsabi­lidade do TCU (Tribunal de Contas da União). Cabe ao ministério e às entidades esportivas darem publicidad­e à aplicação dos recursos que obtêm.

A administra­ção de Leonardo Picciani (PMDB-RJ), iniciada em maio de 2016, afirmou à Folha que “a apresentaç­ão anual dos relatórios da aplicação dos recursos da Lei Piva passou a ser exigida na atual gestão”. E que enviou ofícios ao COB e ao CPB nos quais solicitou o encaminham­ento de documentos. A pasta ainda diz que cobrou formalment­e documentos do CBC, que também recebe percentual da Lei Piva.

Tanto o CPB quanto o CBC disseram que apresentam trimestral­mente como aplicam as verbas ao Ministério do Esporte e até a outros órgãos como o Ministério da Educação e o TCU (Tribunal de Contas da União).

Além disso, ambas entregaram os documentos solicitado­s pela pasta. O comitê de clubes teve o relatório de atividades de 2016 aprovado no último dia 11 de agosto pelo Conselho Nacional do Esporte. Mais de dois meses depois, o conteúdo não foi publicado no site do ministério.

A equipe do Ministério do Esporte também argumenta que já finalizou a análise técnica do relatório enviado pelo comitê paraolímpi­co e que sua apreciação ocorrerá no próximo mês. DEPENDÊNCI­A

Ano a ano, em milhões de reais

CPB (Comitê Paraolímpi­co Brasileiro) documentaç­ão que lhe cabe neste ano. O ministério disse que fez “reuniões técnicas” com o comitê olímpico para “sanar dúvidas relacionad­as ao relatório dessa entidade”.

Tramitam no Congresso Nacional algumas propostas que visam a tirar os comitês — COB, o CPB e o CBC— como intermediá­rios no processo de disseminaç­ão do dinheiro da Lei Piva.

Uma alteração nesse sentido for aprovada pelos parlamenta­res,representa­rá um duro golpe sobretudo para o COB, que retém uma parcela significat­iva do montante para manutenção de seu quadro de funcionári­os e outros empenhos administra­tivos.

Levantamen­to feito pela Folha indica que 10 das 30 confederaç­ões esportivas olímpicas nacionais tiveram o exercício de 2017 totalmente custeado com verba da lei.

Para 2017, por exemplo, o COB trabalha com estimativa de R$ 210 milhões, dos quais R$ 85 milhões seriam dirigidos às confederaç­ões. A gestão do repasse desse dinheiro é do comitê. O que é a Lei Piva Sancionada em 2001, destina 2,7% da receita bruta das loterias federais ao COB e ao CPB (Comitê Paralímpic­o Brasileiro). O COB fica com 1,7% e repassa para confederaç­ões, esporte universitá­rio (5%) e esporte escolar (10%). Em 2017 o comitê vai reter R$ 53 mi para usar em programas e em sua administra­ção Qual a obrigação do governo “O Ministério do Esporte deverá acompanhar os programas e projetos (...) e apresentar anualmente relatório da aplicação dos recursos, que deverá ser aprovado pelo Conselho Nacional do Esporte, sob pena de a entidade beneficiad­a não receber os recursos no ano subsequent­e”, segundo a Lei Pelé

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