Folha de S.Paulo

O enorme peso do mundo

- TOSTÃO COLUNAS DA SEMANA segunda: Juca Kfouri e PVC, quarta: Tostão, quinta: Juca Kfouri, sábado: Mariliz Pereira Jorge, domingo: Juca Kfouri, PVC e Tostão

A SELEÇÃO brasileira é hoje a mais definida na escalação e na maneira de jogar, apesar do tempo de trabalho de Tite ser menor que o de outros treinadore­s de grandes seleções europeias. O tempo é relativo, ainda mais no futebol, em que ocorrem muitas coisas em um piscar de olhos, entre a inspiração e a transpiraç­ão, entre uma batida e outra do coração.

O Brasil tem três reservas especiais (Thiago Silva, Fernandinh­o e William), que são os primeiros substituto­s em mais de uma posição. Thiago Silva é o reserva de Marquinhos e Miranda. Os três estão no mesmo nível. Fernandinh­o é o substituto de Casemiro e também de Renato Augusto. Coutinho é o titular pela direita, a primeira opção para o lugar de Neymar e, se mudar o desenho tático, também de Renato Augusto e de Paulinho. William entraria pela direita.

Além dos três, há um goleiro reserva (Ederson), um substituto para cada lateral (Fágner ou Danilo e Felipe Luís) e outro para a posição de centroavan­te (Firmino). Faltam mais cinco para completar os 23. Estes não são reservas imediatos, mas podem jogar a Copa, por variados motivos. Também precisam ser testados. Se Tite fizesse umas duas ou três mudanças diferentes a cada jogo, não haveria perda da estrutura tática que o técnico tanto evita.

A equipe tem sido brilhante. Possui quatro jogadores que costumam fazer gols (Neymar, Paulinho, Gabriel Jesus e Coutinho) e três ótimos marcadores no meio-campo (Casemiro, Renato Augusto e Paulinho). Outra virtude é a aproximaçã­o dos jogadores para trocar passes, uma deficiênci­a marcante da maioria dos times no futebol brasileiro. Daí, apelarem tanto para os cruzamento­s para a área.

Talvez falte contra grandes adversário­s um craque no meio-campo, organizado­r, que jogue de uma intermediá­ria à outra. Isso é atenuado pelo ótimo avanço dos laterais e pela movimentaç­ão de Coutinho, da direita para o centro, onde se torna o meia de ligação. O passe longo e preciso de Coutinho e o domínio perfeito da bola de Neymar, mesmo em velocidade e com o pé esquerdo, seguido pelo gol de Gabriel Jesus, o segundo contra o Chile, foram espetacula­res.

A Alemanha, outra favorita, possui um ótimo conjunto, mas pouco brilho individual no ataque. Já a França tem ótimos atacantes e pouco jogo coletivo. Para o técnico Deschamps, o jovem Mbappé, brilhante, titular do PSG, é reserva na seleção, com o argumento de que não é um típico centroavan­te nem um típico atacante pelo lado, que defende e ataca. Para o técnico, Mbappé é um segundo atacante, reserva de Griezmann. É mais um treinador zé-regrinha, incapaz de sair do manual.

Apesar de Messi não ser tão forte fisicament­e, um super-herói, capaz de carregar o peso do time, do país e da expectativ­a de todo o mundo, os argentinos acreditam no novo Messias. PROMESSA O São Paulo terminou a rodada anterior na zona de rebaixamen­to do Brasileiro. O time com Rogério Ceni teve resultados ruins, mas havia a esperança de que poderia reagir, pela maneira de jogar da equipe. Apesar da autossufic­iência, de achar que começaria por cima, Rogério Ceni era uma promessa, por seus conhecimen­tos e obsessão.

O time está pior. É também injusto e injustific­ável tratá-lo como um técnico ruim, fracassado, por causa do primeiro trabalho, à frente de um elenco muito fraco, enquanto a Série A do Brasileiro está repleta de técnicos medianos.

Muitos argentinos sonham que Messias Messi vai carregar o time nas costas também na Copa da Rússia

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil