Folha de S.Paulo

Bandeiras expõem clima político no 1º jogo do Barça em Madri após plebiscito

- FÁBIO ZANINI

Na primeira partida do Barcelona em Madri desde o plebiscito que aprovou a independên­cia da Catalunha, no dia 1º de outubro, bandeiras espanholas foram as estrelas, ao menos fora de campo.

No gramado do estádio do Atlético de Madri, o time da casa conseguiu segurar o empate em 1 a 1.

Após sair perdendo, com gol de Saúl, o Barcelona empatou com Suárez e esteve perto de virar. A equipe lidera o Espanhol, cinco pontos à frente do Real Madrid. O Atlético está em terceiro.

Na massa de torcedores que praticamen­te lotaram o estádio de capacidade para 70 mil espectador­es, era possível ver muitas bandeiras espanholas amarradas na cintura ou no pescoço, tal qual uma capa.

A maioria, naturalmen­te, entre apoiadores do Atlético, fervorosos defensores da unidade espanhola. Segundo um idoso que exibia a indumentár­ia, era “um recado político para eles de lá [catalães]”.

Mas entre a minoria de torcedores do Barcelona também havia muitas bandeiras da coroa espanhola, apesar de o clube ser um dos símbolos da identidade catalã. No caso deles, como uma espécie de amuleto protetor contra hostilidad­es.

Raul vestiu a si e ao filho pequeno com camisa do Barça e a bandeira espanhola amarrada na cintura. “O clima político não está bom. Isso me dá um certo sentimento de proteção “, afirmou ele, que vive em Madri e se diz contra a independên­cia catalã.

Samy, morador da Andaluzia (sul da Espanha) e também torcedor do Barcelona, fez o mesmo, ao lado de mais dois amigos.

“A política está muito perigosa aqui por esses dias. Sou pela unidade da Espanha, mas com essa camisa do Barça, é difícil acreditare­m”, afirmou.

Embora as diretorias dos dois clubes tenham tentado

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