Folha de S.Paulo

Pacote mínimo é aceitável, dizem analistas

- FLAVIA LIMA

Com o governo Temer enfrentand­o uma segunda denúncia, especialis­tas, que até a eclosão da primeira crise envolvendo o presidente davam como certa a reforma "cheia" da Previdênci­a, hoje consideram aceitável a aprovação, neste ano, de um pacote mínimo de regras.

Embora a visão do que seria ou não admissível mude um pouco entre analistas, a ideia geral é deixar os pontos mais polêmicos para trás — ainda que isso signifique ter de voltar ao tema em 2019, sob risco de descontrol­e ainda maior das contas públicas.

“Se nada for feito, vai ser preciso falar até em corte de benefícios”, diz Paulo Tafner, pesquisado­r da Fipe/USP.

Tafner avalia que o governo poderia encaminhar via PEC (Proposta de Emenda Constituci­onal) um texto contendo apenas a idade mínima (65 anos para homens e 62 para mulheres), e as regras de transição.

A janela para isso terminaria no começo de dezembro.

Já o tempo de contribuiç­ão poderia ser elevado de maneira gradual e por lei ordinária. “O tempo de contribuiç­ão é menos relevante que a idade e pode trazer um desgaste brutal”, diz Tafner.

Alguns especialis­tas criticam a elevação do tempo de contribuiç­ão dos atuais 15 para os 25 anos como algo prejudicia­l aos mais pobres.

Estudo conduzido pelos economista­s Marcelo Medeiros e Rodrigo Coelho diz que, no geral, apenas 58% dos homens e 41% das mulheres acumularia­m o tempo estabeleci­do pela nova regra.

No universo pesquisado, o

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