Pacote mínimo é aceitável, dizem analistas
Com o governo Temer enfrentando uma segunda denúncia, especialistas, que até a eclosão da primeira crise envolvendo o presidente davam como certa a reforma "cheia" da Previdência, hoje consideram aceitável a aprovação, neste ano, de um pacote mínimo de regras.
Embora a visão do que seria ou não admissível mude um pouco entre analistas, a ideia geral é deixar os pontos mais polêmicos para trás — ainda que isso signifique ter de voltar ao tema em 2019, sob risco de descontrole ainda maior das contas públicas.
“Se nada for feito, vai ser preciso falar até em corte de benefícios”, diz Paulo Tafner, pesquisador da Fipe/USP.
Tafner avalia que o governo poderia encaminhar via PEC (Proposta de Emenda Constitucional) um texto contendo apenas a idade mínima (65 anos para homens e 62 para mulheres), e as regras de transição.
A janela para isso terminaria no começo de dezembro.
Já o tempo de contribuição poderia ser elevado de maneira gradual e por lei ordinária. “O tempo de contribuição é menos relevante que a idade e pode trazer um desgaste brutal”, diz Tafner.
Alguns especialistas criticam a elevação do tempo de contribuição dos atuais 15 para os 25 anos como algo prejudicial aos mais pobres.
Estudo conduzido pelos economistas Marcelo Medeiros e Rodrigo Coelho diz que, no geral, apenas 58% dos homens e 41% das mulheres acumulariam o tempo estabelecido pela nova regra.
No universo pesquisado, o