Folha de S.Paulo

Com 20 minutos para achar o terceiro gol, vencer e renovar a esperança da torcida de

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Os santistas acordaram na segunda (16) com esperança de que o time entraria na briga pelo título brasileiro. Só dependia da equipe de Levir Culpi . Era vencer o Vitória e reduzir a vantagem do Corinhians na liderança para sete pontos.

Este era o problema. Apático, desinteres­sado e sem padrão tático, o Santos empatou em 2 a 2 no Pacaembu. Poderia chegar aos 51 pontos e ficar a sete do líder. Terminou a rodada com 49, em 3º.

Quem teve motivos para deixar o estádio irritado foi o técnico do Vitória, Vagner Mancini. Sua equipe dominou o adversário por 90 minutos e deveria ter saído com os três pontos. Isso teria acontecido se Neilton não fosse tão displicent­e nas finalizaçõ­es e se o time tivesse mais capricho no último passe.

Sem contar com Bruno Henrique, maior fonte santista de criação de jogadas, Levir Culpi escalou Jean Mota no lado direito do ataque. Meia de origem, ele não foi o culpado pelo futebol indigente do Santos. Ao contrário, fez o primeiro gol, ao aproveitar cruzamento de Zeca.

O Vitória vencia por 1 a 0 em um gol que foi o microcosmo de tudo que houve de errado com o Santos nesta segunda, no Pacaembu. Desatento, Copete perdeu a bola. Neilton a carregou. O adversário mais próximo era Lucas Lima, que não teve a menor vontade de acompanhar o atacante rival. Apenas o ob- servou, como se fosse um espectador privilegia­do da partida. David, com categoria, fez o gol.

O Santos só conseguia ameaçar quando fazia o jogo aéreo. Com a bola no chão, impossível. A equipe não tem jogadas, não mostrou garra e passou 90 minutos sem um fiapo de criativida­de.

Consciente, o Vitória apostava nos contra-ataques e fez o segundo graças a outra falha defensiva. David Braz quase não saiu do chão. Wallace subiu muito mais que o zagueiro rival para deixar o Vitória na frente. O Santos estava em apuros. Estaria em situação pior se, em seguida, Ramon não fizesse um gol contra para empatar de novo. SEM SAÍDA que era possível colocar pressão no Corinthian­s, o Santos não mostrou nada.

Sem opções no banco de reservas, Levir Culpi apelou para o meia Lucas Crispim, que quase nunca é utilizado. Ele não foi bem. E como poderia ir em uma situação como aquela?

Crispim foi a versão de outubro de Noguera, o zagueiro que entrou como centroavan­te em setembro para encontrar um gol salvador contra o Barcelona (EQU), pela Libertador­es. Não deu certo.

Enquanto teve a velocidade de Tréllez e David, o Vitória foi ameaça. Nos minutos finais, recuou para acertar o contragolp­e que seria fatal. Teve espaços para isso. Não aproveitou. Igual ao Santos que saiu de campo vaiado pela torcida, decepciona­da por ver de novo o time falhar no momento decisivo.

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Ale Vianna/Eleven Ricardo Oliveira teve uma grande chance para marcar no Pacaembu, mas a desperdiço­u

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