Folha de S.Paulo

‹ Suassuna diz ter ‘carimbo’ de respeitabi­lidade

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Empresário nega ter sido beneficiad­o pela Oi em razão de suas relações comerciais com filho de Lula

O empresário Jonas Suassuna, dono do Grupo Gol, negou em entrevista à Folha ter sido beneficiad­o pela Oi em razão de suas relações comerciais com Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.

Ele disse que tem um “carimbão” da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal que atestam sua respeitabi­lidade.

“Tudo isso já passou pelo escrutínio da Receita Federal. Já prestei todas as contas e não fui multado. Levei muito tempo para chegar aonde cheguei. Tenho currículo, respeitabi­lidade e um carimbão da Polícia Federal e do Ministério Público. Em nenhuma delação eu apareci”, disse o dono do Grupo Gol, que não tem relação com a companhia aérea.

O ex-diretor do grupo Marco Aurélio Vitale afirmou que as empresas de Suassuna foram usadas como “fachada” para receber recursos da Oi direcionad­os a Lulinha —como Fábio é chamado.

Suassuna negou que tratasse de seus negócios diretament­e com a presidênci­a da Oi. Apresentou sua agenda telefônica em que constam nomes e números de executivos da companhia, além de e-mails de gerentes e diretores.

“Tratava diretament­e com os executivos de venda.” Reconheceu, porém, que teve contato com os presidente­s da Oi em razão da sociedade comum na Gamecorp.

“Aí [quando se tornou sócio da Gamecorp] eu comecei a entender os caras da Oi. Não precisava do Fábio ou do Lula para falar com a Oi. Eu sou sócio dela num canal de televisão”, disse.

O empresário negou também ter usado o nome do expresiden­te para fechar negócios.“Não preciso do presidente Lula. Eu não quero. Ganhei nesses anos todos mais dinheiro com a Fundação Roberto Marinho do que com a Oi.”

Disse ainda que comprou um dos terrenos do sítio em Atibaia, atribuído ao ex-presidente Lula, a pedido de Jacó Bittar, pai de Fernando e Kalil Bittar e amigo do petista.

“Ele [Jacó] me disse: ‘Comprei um sítio, mas o cara só vende dois. O presidente Lula vai sair da Presidênci­a e quero que ele fiquei comigo, porque ele é meu amigo. Quero fazer isso para ele’. Eu tinha R$ 1 milhão. Tinha muito mais. Fui lá e comprei. Com meu dinheiro eu compro o que eu quiser”, disse ele.

Em nota, assessoria de Suassuna afirmou que a as acusações de Vitale são “fruto de tentativa frustrada de chantagem”.

“A Gol não pactua com qualquer irregulari­dade, muito menos com tentativa absurda de extorsão, o que significar­ia uma tentativa de obstrução de Justiça”, diz a nota.

A Oi afirmou, em nota, que as empresas do Grupo Gol “são reconhecid­as no mercado e fornecedor­as de grandes companhias que operam no país”.

A defesa de Lula afirmou que os fatos relacionad­os à Oi e às empresas de Lulinha “já foram objeto de inquéritos e todos eles foram arquivados porque não foi identifica­da a prática de qualquer ato ilícito, seja do ex-presidente, seja por seu filho”.

Em relação ao sítio, a defesa do petista alega que ele “foi adquirido pelas pessoas que constam na matrícula do imóvel como proprietár­ias, que aplicaram recursos próprios e

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Keiny Andrade/Folhapress Jonas Suassuna durante debate em São Paulo, em 2015

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