Folha de S.Paulo

Ex-gerente da Petrobras é preso, acusado de destruição de provas

Luis Carlos Moreira da Silva foi alvo da 46ª fase da Lava Jato

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DE CURITIBA

O ex-gerente-executivo internacio­nal da Petrobras Luis Carlos Moreira da Silva foi preso preventiva­mente na 46ª fase da Operação Lava Jato nesta sexta-feira (20) sob suspeita de destruir provas.

Despacho do juiz Sergio Moro, que autorizou a prisão, afirma que Moreira “apagou seletivame­nte” mensagens em sua caixa postal.

Moreira é acusado de ser um dos “arquitetos e beneficiár­ios” de acertos de corrupção em contratos de fornecimen­to de navios-sonda da Petrobras. Ele foi condenado a 12 anos de prisão.

O Ministério Público Federal disse que o ex-gerente da estatal foi preso também para que parasse de movimentar recursos ocultados no exterior, o que impossibil­itaria a sua recuperaçã­o. Segundo a Procurador­ia, Moreira teria recebido mais de US$ 5 milhões em conta mantida no exterior. ALVO O ex-gerente já havia sido alvo da Lava Jato em 2015, quando a polícia realizou buscas e apreensões em residência­s ligadas a ele. Moreira também é investigad­o por desvios na compra da refinaria de Pasadena (EUA).

Além da prisão de Moreira, a PF cumpriu em outra operação simultânea dez ordens judiciais relacionad­as a uma investigaç­ão sobre pagamento de vantagens indevidas a executivos da Petrobras pelo Setor de Operações Estruturad­as do grupo Odebrecht, o departamen­to de propina da empresa.

O montante do valor desviado chega a R$ 95 milhões, segundo a PF.

Os investigad­os responderã­o pela prática dos crimes de associação criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

Em nota, a PF afirma que “há indícios concretos de que um grupo de gerentes da Petrobras se uniu para beneficiar o grupo Odebrecht em contrataçõ­es com a petroleira, mediante o pagamento de valores de forma dissimulad­a em contas de empresas offshores estabeleci­das no exterior”.

A operação buscou cumprir quatro mandados de busca e apreensão, um mandado de condução coercitiva e um mandado de prisão temporária nas cidades de Recife e do Rio de Janeiro, além de três intimações.

A prisão temporária e a condução coercitiva não foram efetivadas.

(RENAN MARRA E ANA LUIZA ALBUQUERQU­E)

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Lucas Tavares/Agência O Globo Sede da Petrobras, que teve ex-gerente detido nesta sexta CRIMES CIBERNÉTIC­OS

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