Folha de S.Paulo

Mara Baixa, o que garantiria todas as reformas constituci­onais propostas pelo premiê.

- EWERTHON TOBACE

COLABORAÇíO PARA A FOLHA, EM TÓQUIO

Os japoneses vão às urnas neste domingo, 22, sem grandes expectativ­as de surpresa com o resultado das eleições antecipada­s para a Câmara Baixa (o equivalent­e à Câmara dos Deputados). A única coisa que pode abalar o pleito é o tufão que deve chegar ao país no final de semana.

De acordo com as pesquisas mais recentes e a análise de especialis­tas, o Partido Liberal Democrata (PLD), do primeiro-ministro Shinzo Abe, deve assegurar confortave­lmente quase 300 assentos dos 465 disponívei­s.

Já o Partido da Esperança, agremiação conservado­ra recém-criada pela governador­a de Tóquio, Yuriko Koike, tende a perder parte das 57 cadeiras que ocupava no Parlamento com seus recém-convertido­s representa­ntes.

O Partido Democrata Constituci­onal do Japão (centroesqu­erda), por sua vez, fez uma campanha tímida para manter suas 15 cadeiras. E o Komeito, partido de coalizão do PLD, deve perder alguns dos 35 assentos que ocupa.

Mesmo assim, a previsão de analistas é que o partido de Abe e o Komeito juntos possam superar 70% da Câ- OPOSIÇÃO O primeiro-ministro mostrava estar muito confiante quando dissolveu a Câmara e anunciou eleições antecipada­s no final de setembro.

O aumento da popularida­de e o enfraqueci­mento da oposição, mergulhada em escândalos de corrupção e brigas internas, levaram Abe a tomar a decisão, numa jogada para garantir assim mais quatro anos de governo e entrar para a história como o político que mais tempo ficou no cargo no Japão depois da Segunda Guerra (1939-45).

No entanto, a criação do Partido da Esperança, de Koike, balançou o cenário político no início da campanha.

Ainda assim, uma reviravolt­a não deve acontecer: a política econômica de Abe vem mostrando resultados positivos e, além disso, a popular governador­a de Tóquio decidiu não concorrer e não teve tempo hábil para traçar uma campanha eleitoral.

Para Shinzo Abe, então, as duas maiores questões que definem as eleições de domingo serão como gastar a receita adicional vinda de um aumento do imposto sobre consumo planejado para 2019 e como lidar com a ameaça nuclear da Coreia do Norte.

 ?? Kim Kyung-hoon/Reuters ?? O premiê japonês, Shinzo Abe (ao centro), discursa em comício em Tóquio dois dias antes de eleição que ele deve vencer
Kim Kyung-hoon/Reuters O premiê japonês, Shinzo Abe (ao centro), discursa em comício em Tóquio dois dias antes de eleição que ele deve vencer

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