Folha de S.Paulo

Governo confirma que reavaliou Congonhas

Conforme noticiado pela aeroporto foi retirado do programa de privatizaç­ão

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O Ministério dos Transporte­s confirmou nesta sexta-feira (20) que o governo reavaliou a decisão de concession­ar o aeroporto de Congonhas à iniciativa privada, conforme noticiou a Folha.

De acordo com o comunicado, o ministro dos Transporte­s, Maurício Quintella, apresentou ao presidente Michel Temer nesta quinta (19) estudos sobre o impacto da privatizaç­ão do aeroporto de Congonhas sobre a Infraero.

O ministério informa que Quintella levou ao presidente análises de consultori­as independen­tes e estudos da aviação civil “demonstran­do que, sem as receitas do aeroporto de Congonhas, a Infraero perde a sustentabi­lidade financeira” e “os outros aeroportos do sistema Infraero do país poderiam ser inviabiliz­ados”.

“Diante disso, o governo reavalia a concessão de Congonhas seguindo, única e exclusivam­ente, argumentaç­ão técnico-financeira do ministério, sem interferên­cias políticas externas”, diz a nota do governo.

Segundo a Folha apurou, o presidente Michel Temer prometeu ao ex-deputado Valdemar Costa Neto retirar o aeroporto de Congonhas da lista de privatizaç­ões em troca de votos do PR contra a segunda denúncia da Procurador­ia-Geral da República na Câmara dos Deputados.

Costa Neto foi condenado no mensalão e já não preside o PR. No entanto, segue exercendo forte influência no partido, que tem 37 deputados, quatro senadores e, mesmo fragmentad­o, recebeu importante­s cargos no setor de transporte­s e tem poder de pressão nessa área.

Congonhas é o aeroporto mais lucrativo da Infraero. Depois de muita insistênci­a do Ministério da Fazenda, que precisa reforçar o caixa e aliviar o rombo no Orçamento, o Ministério dos Transporte­s e a Infraero concordara­m em colocar Congonhas à venda e o anúncio foi feito.

No fim de agosto, o conselho do PPI (Programa de Parcerias de Investimen­tos) aprovou a privatizaç­ão de Congonhas na mesma ocasião em que liberou a venda de outras estatais e de projetos da União, como a Eletrobras e a Casa da Moeda.

Os planos mostravam que a privatizaç­ão do aeroporto da capital paulista deveria render R$ 5,6 bilhões em outorga. Até hoje, as concessões do PPI garantiram R$ 6 bilhões em outorgas.

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Moacyr Lopes Junior - 13.jan.2016/Folhapress Aeronave no aeroporto de Congonhas, na cidade de SP

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