Folha de S.Paulo

Burger King vai vender ações na Bolsa brasileira

- DANIELLE BRANT

tocar os negócios e assumiu recentemen­te a presidênci­a da JBS na América do Sul. Com apenas 27 anos, ele já presidiu as operações do grupo no Uruguai, no Paraguai e no Canadá e a divisão de bovinos nos Estados Unidos.

A indicação dos novos membros do conselho não deve agradar ao BNDES, principal sócio minoritári­o da JBS, por sua proximidad­e com a família Batista. O banco estatal trava uma briga com os acionistas controlado­res e vem exigindo a profission­alização da empresa, desde que Joesley acusou o presidente Michel Temer de corrupção em sua delação premiada.

Também assumiram seus assentos no conselho nesta sexta-feira os dois novos representa­ntes do BNDES: Cledorvino Bellini, ex-presidente da Fiat, e Roberto de Penteado de Camargo Ticoulat, ex-vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo. Ticoulat é muito próximo do atual presidente do BNDES, o economista Paulo Rabello de Castro.

A saída de Farahat ocorre na mesma semana em que o TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu que o BNDES pagou indevidame­nte 20% mais por participaç­ão na JBS ao liberar recursos para a compra de empresas nos EUA. O TCU apontou como responsáve­is o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, Joesley e mais 14 gestores do banco, incluindo o ex-presidente Luciano Coutinho.

O Burger King se tornou a mais recente empresa a aproveitar o bom momento no mercado financeiro brasileiro para lançar ações. A BK Brasil, operadora da rede de fast-food no país, protocolou nesta sexta (20) pedido para negociar papéis na Bolsa.

De quebra, abriu caminho para que acionistas possam vender sua participaç­ão na empresa, ao lançar uma oferta secundária. No IPO, como é conhecida a oferta pública inicial de ações, o dinheiro vai para o caixa da companhia. Na secundária, os sócios embolsam os recursos.

“Eles viram uma chance de aproveitar a recuperaçã­o da atividade econômica do país, ainda que haja dificuldad­es políticas, como as eleições de 2018”, afirma Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial.

Agora, a empresa vai estudar a demanda pelo papel e definir detalhes como preçoalvo e cronograma da oferta.

Segundo prospecto, os recursos levantados serão usados para abrir novas lojas nos próximos anos e reformar outras já existentes.

A rede americana Burger King foi comprada em 2010 pelo fundo 3G Capital, que tem entre os donos os brasileiro­s Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. No Brasil, os principais controlado­res são a gestora de recursos Vinci Partners, com 31,28%, e o fundo de investimen­to em participaç­ões Montjuic, com 30,05%.

Nos últimos anos, a companhia tem registrado sucessivos de prejuízo. Até setembro, a empresa tinha prejuízo de R$ 18 milhões, redução de 70,7% em relação aos primeiros nove meses de 2016.

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Paulo Whitaker/Reuters Loja da Burger King em SP; empresa vai entrar na Bolsa

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