Folha de S.Paulo

Fã de fantasia, ajudou a trazer monstros e heróis para o país

- DOUGLAS QUINTA REIS (1954-2017) FERNANDA PEREIRA NEVES ORLANDO VICENTE - Aos 69, casado com Nilda. Cemitério Jd. do Pêssego, r. Iosusuke Okaue, 911, Itaquera. RACHELA GALINSKA DE GEIGNER - Aos 90, viúva. Deixa os filhos, Oscar, Sergio, Emilia e Iael, neto

Sentado na calçada, diante da casa dos tios, Douglas Quinta Reis lia entretido suas revistas em quadrinhos. Com seis anos, tinha que esperar o primo mais velho ler para herdar os últimos exemplares e, assim que pegava, não esperava nem chegar em casa.

Pererê, de Ziraldo, e as norte-americanas Bolinha e Luluzinha eram as suas favoritas na época. Só mais tarde veio o gosto por super-heróis, mundos fantástico­s e ficção científica. Trocava com os meninos da rua e chegava a ler seis, sete em um único dia.

Nascido em São Paulo, Douglas se formou em engenheiro e começou uma carreira numa empresa de informátic­a nos anos 1970, mas continuava fã das revistinha­s. Tanto que acabou encontrand­o no trabalho colegas com interesses bem parecidos.

A cada conversa surgia novos interesses, ideias e reclamaçõe­s, como a dificuldad­e de acompanhar quadrinhos sequenciai­s, já que eles chegavam sem regularida­de do Brasil. Assim, eles idealizara­m a editora Devir, em 1987.

Apaixonado pelo mundo fantástico, Douglas levou a empresa da importação de quadrinhos numa época em que eles nem tinha lugar nas livrarias brasileira­s até a produção de RPG e distribuiç­ão de jogos. Em 30 anos, a Devir já estava em oito países.

Calmo, Douglas tinha sempre um sorriso no rosto, fosse no trabalho ou em casa. Era fã do Juventus, como qualquer outro morador da Mooca, e não perdia eventos que lembrassem a Hungria, país de seus ascendente­s.

Morreu dia 13, aos 63, após um infarto fulminante. Deixa a mulher, a mãe, dois enteados, dois irmãos e uma neta. coluna.obituario@grupofolha.com.br 7º DIA 1º ANO SHLOSHIM - CEMITÉRIO ISRAELITA DO EMBU

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