“Alegria, Alegria”
(Caetano Veloso) com Caetano Veloso e Beat Boys
Outro destaque de “Uma Noite em 67” é o retrospecto da vaia, uma das marcas daquela edição do evento dedicado a revelar talentos na música popular brasileira.
Inflamado tal qual torcida organizada, o público recepcionou vários artistas de forma pouco amistosa. Caetano Veloso dobrou-o com sorrisos e, ao final, verteu em aplausos os gritos coléricos.
Sérgio Ricardo, não. Irritado com a reação do público antes de se apresentar, o músico destruiu seu violão e jogou os restos dele na plateia.
Embora o momento atual também seja de polarização, Calil não acha possível traçar paralelo entre aquele instante e atuais reações contra as artes, como em recentes campanhas contra exposições.
Por outro lado, o cineasta se impressiona com o que vê como uma enorme demanda por um produto que retratasse aquele momento histórico.
“A gente fez um filme motivado pela paixão pelo acontecimento e pelos artistas, mas não tinha noção” do tamanho da recepção, afirma.
Ele completa: “Até hoje nos surpreende como o filme continua um assunto; existe um desejo de reencontrar aquele momento”.