Jogadores seguram Levir Culpi no Santos
Pressionado por aliados, Modesto Roma Júnior decide manter treinador após reunião com atletas e comissão técnica
Em 29 partidas, Santos perdeu apenas quatro vezes com Levir, mas empates afastaram time do título nacional
Pressionado por aliados e torcedores, o presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, decidiu manter Levir Culpi no comando da equipe até o final da temporada.
O descontentamento de integrantes do seu grupo político fez com que ele considerasse a possibilidade de mudar. Conversa com elenco e comissão técnica na chegada da delegação a Santos nesta sexta (20) o convenceu a manter as coisas como estão.
“Foi uma conversa pelo bem do Santos, não pelo bem de uma pessoa. A cobrança existe sempre, mas houve o compromisso dos atletas [em melhorar no Campeonato Brasileiro]”, disse à Folha o presidente do clube.
Ele se recusou a dizer que os jogadores foram avalistas da permanência de Levir. Mas ficou perto disso.
A Folha apurou que na reunião, os integrantes mais experientes do elenco falaram em defesa do trabalho feito pelo treinador.
Diante da cobrança do presidente pelos últimos resultados, atletas tidos como líderes do grupo, como Ricardo Oliveira e David Braz disseram que o time está dando tudo em campo.
A demissão parecia tão certa que o assessor de Levir Culpi chegou a postar mensagem nas redes sociais comentando a suposta saída do treinador.
O Santos tem três empates seguidos no Nacional e perdeu oportunidades de se aproximar do Corinthians na liderança. Nas últimas duas rodadas, o clube de Parque São Jorge conquistou
MODESTO ROMA JÚNIOR
presidente do Santos apenas um ponto. O Santos, dois. Tivesse vencido Vitória na segunda (16) e Sport na quinta (19), a equipe chegaria aos 54 pontos e ficaria a cinco da ponta. Em vez disso, está a nove.
Após o resultado em Recife, o Santos caiu para a quarta posição. Classificam-se para a Libertadores de 2018 os seis primeiros. A vaga para o torneio se tornou a prioridade para a diretoria em 2018.
Após o reunião e conscientes de que estavam no campo de visão dos jornalistas, os atletas abraçaram Levir.
Em 29 jogos do técnico no comando da equipe, o time obteve 13 vitórias, 12 empates e 4 derrotas. O aproveitamento é de 59% dos pontos. MUDANÇA Até a eliminação nas quartas de final da Libertadores para o Barcelona (EQU), em setembro, o estilo descontraído do treinador (contratado em junho) de dar declarações engraçadas, deixar os jogadores disputarem rachões nos treinos e oferecer folgas de até dois dias após o jogos era visto mesmo na diretoria como positivo, já que ele entenderia a cabeça dos atletas.
A partir da queda no torneio sul-americano, as críticas começaram a aparecer pelos mesmos motivos que o faziam ser elogiado.
Levir é vítima também da queda de rendimento de alguns dos seus principais jogadores. Para completar, o Santos vive ano eleitoral. Modesto Roma Júnior tentará a reeleição no pleito marcado para 9 de dezembro e o final da campanha será fundamental para definir o humor dos sócios votantes.
Após o empate com o Sport os muros da Vila Belmiro foram pichados com frases como “Queremos time vencedor” e “Fora Lucas Lima”. O meia foi um dos alvos da torcida organizada na chegada da delegação em São Paulo. Ele teve de ser escoltado por seguranças para o ônibus na saída do Aeroporto de Congonhas nesta sexta, assim como lateral Zeca e o atacante Kayke, que perdeu chance de marcar nos minutos finais.
Lucas Lima fica sem contrato no final do ano e tem proposta do Palmeiras. A negociação com o presidente Mauricio Galiotte é conduzida por empresário ligado ao pai de Neymar.
“Acho que os protestos são democráticos. São legítimos”, disse Roma Júnior, também alvo das pichações.
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Foi uma conversa pelo bem do Santos, não pelo bem de uma pessoa. A cobrança existe sempre, mas houve o compromisso dos atletas. Acho que os protestos são democráticos