Folha de S.Paulo

Carismátic­o, Xi Jinping dá cara a China global

Dirigente chinês é mais assertivo que antecessor­es tecnocrata­s e, como eles, cerceia liberdades e persegue rivais

- RAUL JUSTE LORES

um campo de trabalhos forçados, as escolas secundaris­tas foram fechadas, inclusive a de Xi, e ele também teve que pegar na enxada.

Xi desertou, foi preso e enviado para cavar poços no interior nos anos 70. Estudou engenharia química em uma rara universida­de aberta então, a Tsinghua, e voltou a estudar direito e filosofia nos anos 90 em intensivos para grandes nomes do partido.

Ao contrário de colegas que foram testados governando províncias pobres ou separatist­as, Xi administro­u províncias ricas do leste.

O presidente se casou duas vezes, a última delas com Peng Liyuan, cantora popular que gravou canções-exaltação para os militares —essa relação já dura 30 anos.

“Desde Mao, Xi é o primeiro homem a basicament­e nomear os ocupantes de todos os maiores cargos do país. Ele ainda tem que lidar com estatais, aparato partidário, mas reformou essas instituiçõ­es”, disse à Folha o sinólogo italiano Francesco Sisci, há 20 anos em Pequim.

“Agora, basta ver o tamanho do novo Comitê Permanente do Politburo [o órgão que, de fato, governa a China]. Se passar dos atuais sete membros para cinco, ele fica ainda mais poderoso”, diz.

Xi deve ficar no cargo até 2022 e já se discute se ele sinalizará o sucessor. A aposta é Chen Min’er, secretário-geral do partido em Chongqing. Quando Xi era secretário-geral da província de Zhejiang, Chen escrevia seus discursos.

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